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Variação de até 30% no preço de alimentos em supermercados de Niterói

Imagem ilustrativa da imagem Variação de até 30% no preço de alimentos em supermercados de Niterói
|  Foto: Foto: Karina Cruz
Diferença de preços chega a quase R$1 pelo mesmo produto em diferentes regiões da cidade. Foto: Karina Cruz

Com o encerramento do mês de maio e as primeiras semanas de junho, a variação dos preços de alguns alimentos em Niterói já surpreende. Da Zona Sul à Zona Norte, os preços de alguns produtos podem ter variação de até 30% de um supermercado para o outro. Para o bolso dos niteroienses, a melhor saída para economizar ainda é fazer pesquisas de preço.

Os velhos vilões da cesta básica, como tomate e a batata, voltaram a apresentar preços altos, após meses de queda. Dor de cabeça para os consumidores, já que os alimentos estão entre os queridinhos dos brasileiros. Nos mercados, a diferença de preços pode chegar a R$1, dependendo do produto.

O tomate já pode ser considerado o maior vilão da cesta básica do mês de maio com alta de 3,58%, segundo o levantamento realizado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). O alimento registrou maior alta em relação ao valor praticado no mês de abril.

Com preço médio de R$3,26 em Niterói, na Zona Sul o fruto pode ser encontrado a R$3,85, enquanto no Centro o valor chega a R$2,95, ou seja, 30,5% de variação. A diferença chega até quase R$1 e, para o consumidor, pode pesar no bolso no valor final das compras.

Já a batata, após meses de disparada no preço e queda em abril, voltou a subir, apesar de ainda ser encontrada com valor em conta, se comparado aos preços praticados no último semestre de 2020.

O tuberculo sofreu aumento de 3,34% no preço em relação a abril. Em diferentes regiões de Niterói, o alimento mostra variação de 25,2% e pode ser encontrado por R$1,98 em estabelecimentos da zona sul da cidade, enquanto na Zona Norte, o preço chega a R$2,48.

Para André Braz, coordenador do Índice de Preços do Consumidor da Fundação Getúlio Vargas (FGV), a alta pode estar sendo puxada pelo aumento no valor dos custos de produção, já que a época do ano é de boas safras para diversos tipos de plantio, além da alta no preço de combustíveis.

“A gente teve um aumento dos defensivos agrícolas, dos adubos e fertilizantes, do frete - porque o diesel já subiu mais de 30% em 12 meses. Não são só problemas no campo que aumentam o preço desses itens. Alguns problemas são de natureza local”

André Braz

O aumento de alguns dos principais produtos presentes na cesta básica fez com que o valor final da mesma aumentasse em todo o estado, atingindo um valor médio de R$622,76, com aumento de 0,12% em relação ao mês passado.

Feijão: o barato que ainda é caro

Na contramão, alguns alimentos protagonizaram forte queda após meses de aumento. É o caso do feijão tipo carioca, que registrou diminuição de 4,85% em seu valor, segundo as pesquisas. Longe de patamares mais em conta, a variação pode ser considerada um alento aos consumidores, já que a tendência é de queda no preço de todos os tipos de feijão.

Depois de aumentos de 50% no valor em meses, feijão tem safra boa e registra queda. Foto: Karina Cruz

O famoso ‘carioquinha’ não é a opção mais barata entre os feijões, mas se tornou um pouco mais acessível. Em Niterói, o preço médio de venda do alimento é de R$10,21, mas o quilo pode ser adquirido por R$8,79 em alguns mercados da região central da cidade.

“O Brasil tem três safras de feijão e essas safras estão com uma melhor oferta, a produtividade aumentou e esse aumento vem favorecendo a queda no preço. Ele está caindo agora depois de um aumento de quase 50%, então a memória do consumidor ainda é de um quilo de feijão mais caro, ainda que esteja caindo”, explica o especialsita da FGV.

Outro alimento que registrou queda — ainda maior que o do feijão — foi a banana. A fruta está sendo comercializada na cidade com valores baixos e que não agridem tanto o bolso dos consumidores ao final das contas. Na Zona Sul, por exemplo, a banana prata é encontrada por R$3,59. O alimento sofreu queda de 5,76% em relação a abril.

De olho na promoção

Moradora da cidade, Jane Mendonça, ainda reclama dos preços altos e considera que a saída é mesmo aproveitar os dias de promoções nos supermercados, deixando de lado a popular compra do mês.

“Está tudo muito caro. Tudo está aumentando, só aumenta e fica mais caro. Agora só venho comprar conforme o dia da promoção, terça é queijo, quarta são legumes, quinta é carne”

Já o morador Wagner Couto é mais otimista e acredita que embora os preços ainda permaneçam bem salgados, sente uma perspectiva de melhora após algumas quedas.

“Nas minhas compras mensais, desde o início do ano, estou gastando mais de R$50 do que utilizava. Eu acredito que os preços vão reduzir sim, mas ainda está muito caro fazer compras”, conta.

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