Investigação

Briga de traficantes e milícia pode ter relação com mortes no Anil

Quatro pessoas foram mortas durante confrontos na região

Homens foram atingidos enquanto estavam dentro de uma padaria assistindo ao jogo do Flamengo
Homens foram atingidos enquanto estavam dentro de uma padaria assistindo ao jogo do Flamengo |  Foto: Reprodução
 

A Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) apura se a morte de quatro homens na noite de terça-feira (28), na Rua Araticum, no Anil, Zona Oeste do Rio, possui alguma relação com ataques de traficantes a milicianos que atuam no mesmo bairro. 

Duas das vítimas, Givaldo Tavares de Oliveira, conhecido como Paulinho Banguela, de 53 anos, e Hélio de Paula Ferreira, o Senhor das Armas, de 56, são suspeitos de integrarem o primeiro escalão do grupo paramilitar. 

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De acordo com as informações da polícia, as vítimas foram atingidas por homens que passavam pela região dentro de um carro. Os tiros foram disparados na hora que os suspeitos de integrarem a milícia assistiam ao jogo do Flamengo dentro de uma padaria. Além de Givaldo e Hélio, Eriberto José de Arruda, de 31 anos, e Jorge Fernando Lima Alexandre Rocha, de 27, também foram mortos na ocasião. Luís Felipe Silva Moura, de 26, chegou a ser baleado, mas foi socorrido e está internado no Hospital Municipal Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca.

A DHC apura se o caso foi mais um capítulo de disputas por territórios entre os traficantes e milicianos na Zona Oeste do Rio.

Em 2017, Paulinho Banguela foi apontado como um dos líderes da milícia Anil, atuando principalmente na Rua Araticum e Estrada do Quitite, durante investigação da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas e Inquéritos Especiais (Draco). Segundo informações apuradas pela investigação, outros integrantes da quadrilha obedeciam Paulinho, que andava com uma arma para ameaçar e humilhar moradores e comerciantes. Ele foi absolvido no processo por falta de provas, mas o Ministério Público recorreu da sentença.

As investigações mostraram que as milícias da área estão ligadas a grupos que controlam o Rio das Pedras, no Itanhangá, também na Zona Oeste.

Hélio de Paula foi condenado em dois processos criminais. Mais recentemente, em julho de 2011, ele foi flagrado no ponto final das vans na Estrada do Camorim, em Curicica, na Zona Oeste, onde também dominam as milícias. Na ocasião, o homem chegou a dizer aos agentes que o abordaram durante a prisão que ele era segurança da milícia de Rio das Pedras. Armas, acessórios para armas e munições foram encontrados com ele e um comparsa. No processo,  Hélio foi condenado a três anos de reclusão.

Em outro processo em 2008, Hélio foi condenado a nove anos de prisão por ser "armeiro" de traficantes da maior facção criminosa do Rio. A Polícia Civil o encontrou em uma oficina de armas em Jacarepaguá, onde havia um verdadeiro arsenal de armas.

Um dos mortos na tarde desta terça-feira (28), Jorge Fernando, era foragido da Justiça, contra ele havia um mandado de prisão pelo crime de roubo. Ele já tinha sido condenado a seis anos e oito meses de prisão, por dois assaltos ocorridos em 2018, na Baixada Fluminense. 

Jorge Fernando, Givaldo e Eriberto morreram no local, já Hélio de Paula foi levado ao Hospital Municipal Lourenço Jorge e morreu na unidade.

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