Comerciantes de Itaipuaçu, em Maricá, estão assustados após uma sequência de ameaças feitas por criminosos da região. Segundo os lojistas, diferentes estabelecimentos receberam ligações cobrando transferências de dinheiro via pix e que, caso se recusassem, o golpista dizia que iria ter represália.
Um atendente, que preferiu não se identificar, contou que o telefone tocou no horário de almoço. Do outro lado da linha, um homem usava tom ameaçador para intimidá-lo.
"Ele perguntou pelo dono da loja, mas como ele não estava, mesmo assim o golpista praticou a extorsão. Informou que traficantes estão cobrando o valor para os comércios da região não se tornarem alvos deles. Ele não informou se o pagamento era mensal e chegou a cobrar o valor de R$ 6 mil. Eu avisei que o dono não estava na loja e essa questão de financeiro era só com ele. Com isso, pedi para ele ligar outra hora. Isso aconteceu na sexta-feira (5) até hoje [quarta] ele não retornou. Agora fica o medo dele ligar e cobrar novamente", relatou.
O atendente foi informado de que o homem que estava falando com ele na ligação seria um membro da facção criminosa Comando Vermelho (CV), mas que apesar disso, não descarta a possibilidade da ligação ter partido de dentro do presídio.
Dono de uma papelaria há dois anos na região, outra comerciante também recebeu a ligação dos supostos golpistas. Ela conta que houve dois telefonemas para o estabelecimento.
"Ele ligou de madrugada, disse que sabia do capital financeira da minha loja e me pediu R$ 6 mil. Foi inconveniente da parte dele ligar de madrugada e um absurdo pedir dinheiro. Mesmo ele falando que se não pagasse o estabelecimento iria receber represália, eu não fiz transferências em nenhuma das vezes que ele ligou. Mesmo com medo estou abrindo a loja", contou.
Procurada, a Polícia Civil disse que a delegacia de Maricá (82ª DP) já tomou conhecimento e abriu inquérito para investigar o caso.
O delegado da 82ª DP (Maricá), Luiz Henrique Ferreira, orienta os comerciantes em casos como esse.
"A orientação é de que nenhum comerciante realize qualquer tipo de pagamento e procure a polícia", disse.