Polícia

Comunidade de SG chora morte de comerciante baleado

"Não espero nada da justiça humana porque conheço a realidade do Brasil", foi o que relatou a filha do comerciante Nicodemus Rodrigues, de 58 anos, conhecido como 'Barbicha', morto na tarde desta terça-feira (6), na comunidade do Anaia Grande, onde trabalhava, em São Gonçalo.

Bruna usa o terço que estaria no pescoço do pai na hora do assassinato. Foto: Alex Oliveira

Psicologa, Bruna Costa de 31 anos é a filha única do comerciante, que atuava a mais de 30 anos na comunidade. Ela compareceu na manhã desta quarta com o marido no Instituto Médico Legal de Tribobó para fazer o reconhecimento do corpo.

Ao sair, nas mãos, ela segurava o terço que o pai sempre mantinha no pescoço. Segundo Bruna, o pai saiu para comprar pão de moto e acabou baleado.

"A população está indignada, meu pai era muito querido", lamentou a psicologa.

Segundo Bruna, o pai veio do Nordeste com 12 anos para São Gonçalo em busca de trabalho.

"Quando as vendas não estavam boas, ele se reinventava. Já vendeu aipim, vendeu produtos de higiene, shampoo para salão, meu pai era um herói. Ele vai ser mais um para estatística", finalizou a filha emocionada.

Família costumava se reunir para passeios aos finais de semana. Foto: Rede Social

De acordo com a Polícia, a vítima estava passando de bicicleta no momento em que um dos criminosos, já ferido, efetuava disparos e atingiu a vítima, que não resistiu aos ferimentos morrendo no local.

Durante toda esta terça-feira, a Polícia Militar fez uma operação de combate ao tráfico de drogas e roubo de cargas na comunidade do Anaia Grande que terminou com três mortos, entre eles, o comerciante. 

Contrariando a versão da PM, moradores acusam os policiais de terem efetuado o disparo que matou o comerciante.

Caberá a Polícia Civil a investigação do caso.

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