Stefany Santos de Barros, a jovem de 23 anos que foi morta após ser baleada em Santa Cruz, na Zona Oeste do Rio, nesta quinta-feira (31), estava levando o filho Bernardo Loureno Silva, de 7 anos, para a explicadora. Ele tinha acabado de retornar do futebol. A criança também foi atingida por um tiro e está internada no Hospital Municipal Pedro II, em estado estável. Ele ainda não sabe que a mãe morreu.
A família esteve no Instituto Médico Legal (IML) nesta manhã de sexta-feira (1º). Além de Stefany, Thuany Rocha Batalha, de 35 anos, amiga dela, também morreu. Elas chegaram a ser levadas para o hospital após serem atingidas, mas não resistiram. As duas, segundo a família, estavam no lugar errado, na hora errada.
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“Eu estava numa reunião no trabalho e todo mundo começou a me ligar. Saí da sala e atendi o celular, foi quando me falaram que ela tinha sido baleada junto com o Bernardo. Elas estavam no carro e um miliciano se escondeu atrás do carro delas, foi aí que atiraram na direção delas. O Bernardo foi baleado nas costas. Tudo aconteceu a 100 metros da casa da Stefany”, contou um parente que não quis se identificar por medo.
Thuany e Stefany moravam pela região e trabalhavam em um bar juntas, que pertence à família de Stefany, que é gerente. Ambas moravam próximo à região, mas a família de Thuany é de Maricá.
Bernardo chegou ao hospital ainda lúcido. “Ele está lúcido, está no hospital e pergunta pela mãe o tempo todo, não sabemos ainda como vamos falar para ele que ela morreu. Ele está na unidade de saúde com uma familiar”, afirmou.
As duas amigas viviam juntas. A família agora está com medo e se sente insegura. No mês de outubro, Stefany completaria 24 anos. Ainda não há informações sobre o sepultamento delas. Bernardo também não tem previsão de alta.
O caso
Duas mulheres morreram e um menino de 7 anos ficou ferido após uma troca de tiros entre supostos milicianos, na tarde desta quinta-feira (31), em Santa Cruz, na Zona Oeste do Rio.
De acordo com a Polícia Militar, agentes do 27º BPM (Santa Cruz) foram acionados para o Hospital Municipal Pedro II, para averiguar a entrada de uma mulher e um menino atingidos por disparos de uma arma de fogo. Ainda segundo a PM, eles seriam mãe e filho, identificados como Thuany Rocka Batalha e Bernardo Loureno Silva, respectivamente.
Segundo testemunhas, um miliciano ligado ao "Bonde do Nanan/Malvadão" estava dentro de uma barbearia da região, quando rivais do grupo "Bonde do Zinho" apareceram em um veículo e atiraram, dando início a uma troca de tiros.
As vítimas passavam pelo local de carro, que foi atingido por diversos disparos. Os milicianos fugiram do local.
As mortes estão sendo investigadas pela Delegacia de Homicídios da Capital (DHC). A perícia foi realizada no local e os agentes solicitaram imagens de câmeras de segurança instaladas na região. Familiares das vítimas e testemunhas estão sendo ouvidos e diligências estão em andamento para apurar a autoria e a motivação do crime.
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