A Polícia Civil segue uma linha de investigação que aponta que um dos ortopedistas mortos, nesta quinta-feira (5), Perseu Ribeiro Almeida, teria sido confundido com o miliciano Taillon de Alcântara Pereira Barbosa. O criminoso faz parte de uma milícia que está há meses em conflito com traficantes pela disputa do controle de áreas na Zona Oeste do Rio.
Taillon chegou a ser detido em uma operação no final de 2020. Ele é filho de Dalmir Pereira Barbosa, considerado um dos principais líderes de uma milícia atuante na Zona Oeste, que está em conflito com a quadrilha liderada por Lesk.
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Outra evidência que aponta para a autoria dos traficantes de uma das maiores facções criminosas do Rio é que o veículo utilizado no ataque, um Fiat Pulse branco, foi rastreado. Após o crime, o carro foi levado até a Cidade de Deus, uma comunidade usada como base pela quadrilha na sua guerra contra a milícia.
Uma gravação de áudio, que a “TV Globo” teve acesso, é uma das evidências que sugerem que traficantes podem ser os responsáveis pelo ataque a quatro médicos na orla da Barra da Tijuca, dos quais três perderam a vida, na madrugada desta quinta.
Na gravação telefônica, interceptada pela força-tarefa da Polícia Civil que investiga o conflito na região, um homem menciona: "Acho que é Posto 2, v...", seguido de uma resposta inaudível.
De acordo com os investigadores, a voz pertence ao traficante Juan Breno Malta, conhecido como BMW, que é braço-direito de Philip Motta, também conhecido como Lesk.
Lesk era miliciano da Gardênia Azul, mas se uniu à facção criminosa quando a área foi dominada pelo tráfico de drogas. BMW teria recebido a informação de que Taillon estava no Quiosque do Naná e, na gravação, estava tentando indicar ao comparsa onde exatamente ficava o bar ao longo da Avenida Lúcio Costa.
O Quiosque do Naná, na verdade, está localizado entre os postos 3 e 4, em frente ao Hotel Windsor, onde os médicos estavam hospedados para um congresso internacional de ortopedia. Os investigadores concluíram que os criminosos confundiram Perseu com o miliciano.
A comunicação interceptada ocorreu pouco antes do crime, e isso, somado a outros indícios, levou a polícia a suspeitar que o alvo original era Taillon.
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