Insegurança

'Ele não fez nada', diz irmã de jovem baleado na Zona Norte do Rio

Marlon Anderson foi atingido durante confronto em Benfica

Marlon Anderson, de 23 anos, está internado no Hospital Estadual Getúlio Vargas
Marlon Anderson, de 23 anos, está internado no Hospital Estadual Getúlio Vargas |  Foto: Arquivo pessoal
  

Marlon Anderson Cândido, o jovem de 23 anos baleado durante um confronto entre policiais e criminosos nesta segunda (2) na localidade de Benfica, na Zona Norte do Rio, foi transferido para o CTI do Hospital Estadual Getúlio Vargas.

O quadro dele é considerado estável. A polícia o acusa de estar com drogas no momento em que ele foi baleado, já a família alega que Marlon estava indo trabalhar e que ele não tinha envolvimento nenhum com o crime assim como também não tinha passagem pela polícia. Marlon é entregador de um depósito de água e gás. 

“Só queremos ver ele, vamos inocentar ele, só queremos ver ele. Só podemos ver se a polícia autorizar porque ele está sob custódia. Hoje recebemos a notícia que ele está no CTI. Ele era trabalhador, sempre foi certinho. Eu vi meu irmão no chão, na rua, já baleado. Os policiais do caveirão nem desceram do carro para prestar socorro. Pegaram essa droga no CCPL e meu irmão foi morto próximo do Mandela. Agora estão falando que a droga estava com ele. Nós soubemos que estavam acusando meu irmão quando vimos no Facebook”, afirmou Thayanne Cândido, de 21 anos, irmã de Marlon. 

Quadro do rapaz é considerado estável
  

Depois de socorrer o irmão e solicitar uma ambulância, Thayanne o acompanhou até a UPA de Manguinhos. De lá, ele foi transferido para o Hospital Getúlio Vargas, onde permanece.

“Lá na UPA não tinha polícia nenhuma, só o médico veio atender ele. Quando chegamos aqui, a Polícia que sempre fica ali chamou outras viaturas, sendo que achávamos que meu irmão só ia depor e quando chegou na cirurgia, eles não falaram nada para a gente. O tiro atingiu a perna dele e saiu do outro lado, mas ele fez cirurgia para colocar os pontos”, contou ela. 

"Ele era trabalhador, sempre foi certinho", conta irmã de Marlon
"Ele era trabalhador, sempre foi certinho", conta irmã de Marlon |  Foto: Péricles Cutrim
    
Eu vi meu irmão no chão, na rua, já baleado. Os policiais do caveirão nem desceram do carro para prestar socorro. Pegaram essa droga no CCPL e meu irmão foi morto próximo do Mandela. Agora estão falando que a droga estava com ele Thayanne Cândido, irmã
  

A autônoma e irmã de Marlon contou que seu irmão estava indo trabalhar quando foi baleado. “Meu irmão estava saindo de casa. Ele pegava 15h da tarde. Ele morava com minha mãe de frente para a comunidade do Mandela e ia lá para dentro para trabalhar. Ele estava na moto do trabalho. Eu soube porque um outro irmão nosso trabalha perto de onde ele foi baleado. Minha mãe estava sem condição de vir e eu o acompanhei quando o socorri”, disse ela. 

Marlon está lúcido. “Ontem eu o vi e ele estava falando, perguntou da minha mãe, eu disse que ela não o viu porque estava sem identidade, fez a cirurgia, eu vi ele saindo. Ele está se recuperando e vamos provar a inocência dele. Meu irmão está de cabelo vermelho por causa do Ano Novo e até isso foi motivo de o acusarem. O meu medo é que fique o nome dele e a foto nos registros da polícia. Meu irmão não fez nada. As drogas que falaram que estavam com ele eram do CCPL e meu irmão mora próximo ao Mandela, do outro lado”, afirmou. 

Marlon foi atingido durante o tiroteio. Ele está no CTI, segundo a irmã, apenas por medidas de segurança para sua recuperação. Ele segue lúcido. 

Em nota, a Polícia Milita informou que policiais militares do 22° BPM (Benfica) foram atacados a tiros na comunidade conhecida como CCPL, em Benfica, durante um patrulhamento. Os agentes reagiram e houve confronto. Um suspeito foi ferido e socorrido. 

Depois da ação, a corporação soube de mais um suspeito que foi baleado e encaminhado para o Hospital Estadual Getúlio Vargas. Segundo a PM, "na unidade, após conversas com os familiares e contato visual do mesmo, foi constatado pela guarnição que se tratava do suspeito envolvido no ataque à equipe do 22° BPM. Diante dos fatos, a guarnição procedeu até a 21ªDP (Bonsucesso), que determinou que o acusado fosse mantido em custódia". O caso segue em investigação. 

Na ocorrência, a PM informou que foi apreendida uma pistola com numeração raspada, um carregador, treze munições, um rádio transmissor, 70 trouxinhas de maconha, 35 pedras de crack e três pinos de cocaína.

< Missa de 7º dia pela morte do dono da Viação 1001 será nesta terça Ator sofreu acidente enquanto limpava a neve de sua casa <