Terror

EXCLUSIVO: Com medo, 'Vampiro de Niterói' queria trocar de rosto

Serial killer que bebeu sangue de crianças teme pela sua vida

Marcelo admitiu que matou 14 crianças
Marcelo admitiu que matou 14 crianças |  Foto: Reprodução
 

Marcelo Costa de Andrade, que ficou conhecido como 'Vampiro de Niterói' após matar e beber o sangue de 14 crianças, na década de 1990, está com medo de deixar o Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico Henrique Roxo, no Centro de Niterói. Ao ENFOCO, o advogado dele, Luiz Mantovani, disse que há uma preocupação com a segurança do Hospital Psiquiátrico de Jurujuba, para onde o serial killer será levado até 18 de março, segundo ordem judicial. 

"É algo que inicialmente concordamos com a magistrada e com o Ministério Público, só que nós não conhecíamos o hospital. Fui verificar. Pelo o que a gente levantou, não tem estrutura. E agora, há pouco tempo, fugiu alguém de lá e matou um porteiro. Então, obviamente, não é o local que a gente quer", pontua o advogado. 

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Após praticar os crimes, Marcelo foi considerado inimputável, ou seja, não poderia ser julgado devido à doença mental ou desenvolvimento mental incompleto. Por isso, o 'Vampiro de Niterói está no Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico Henrique Roxo. No entanto, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) decidiu encerrar os manicômios judiciários, e, por isso, Marcelo precisa ser transferido de unidade. A sugestão pelo Hospital de Jurujuba foi dada pela Secretaria Estadual de Saúde e determinada pela Justiça, mas a Prefeitura de Niterói disse ao ENFOCO que a unidade não tem condições de receber o paciente por não haver mais internações no local. 

Justiça mandou Marcelo ser transferido para o Hospital Psiquiátrico de Jurujuba
Justiça mandou Marcelo ser transferido para o Hospital Psiquiátrico de Jurujuba |  Foto: Lucas Alvarenga
 

"Embora a medida de segurança não seja pena propriamente dita, ela por analogia não pode superar os 30 anos de internação. No caso de Marcelo, já atinge 31 anos. Pedi à juíza que ele fosse transferido para uma clínica psiquiátrica comum. Jurujuba não é a opção devida, só que a juíza deu 40 dias para que o Henrique Roxo arrume as coisas dele e o mande para lá. Entendo que não é o lugar perfeito, só que não existe lugar perfeito", opina Mantovani.

Transplante de rosto

Com a morte da mãe, a empregada doméstica Sônia Costa, única pessoa da família que o visitou após os crimes, o 'Vampiro de Niterói' teve laços rompidos com o irmão, que recusa qualquer contato com ele.

Com medo de deixar o hospital de custódia, Marcelo chegou a cogitar um transplante de rosto para não ser reconhecido nas ruas.

"Ele próprio deixou claro para mim o medo de sair. Temos que entender que estamos tratando de uma pessoa com a mentalidade sem evolução. Ele falou: 'Doutor, eu tenho medo de sair porque se eu for para a rua, vai ter gente ruim que vai fazer maldade comigo. Se eu tivesse muito dinheiro, eu ia querer fazer um transplante de rosto para eu poder sair, ninguém me reconhecer e eu poder viver minha vida em paz'", conta Mantovani. "Ingressamos nesse caso com um objetivo duplo, o primeiro de garantir a dignidade do Marcelo e o efetivo cumprimento da lei, e o segundo, que é mantê-lo longe da sociedade, porém em internação civil compulsória em constante tratamento"., finaliza. 

Quem é Marcelo Costa de Andrade?

Marcelo Costa de Andrade, que cumpre pena em manicômios judiciários desde 1993, foi preso depois de uma série de assassinatos que ocorreram no Rio de Janeiro ao longo de 8 meses. O “Vampiro de Niterói” fez 14 vítimas, a maioria meninos de rua ou que trabalhavam vendendo balas no Centro da cidade.

O serial killer confessou à polícia que fez sua primeira vítima em 1991. Quando voltava do trabalho, ele notou um garoto que estava vendendo doces no sinal. O menino, de 11 anos, foi convencido a ir para um matagal. No local, Marcelo atingiu o garoto com pedradas na cabeça e o estuprou. Segundo o seu próprio depoimento, enquanto estuprava a criança, ele bebeu seu sangue e depois quebrou seu pescoço.

As vítimas eram sempre crianças. E embora tenha confessado 13 das 14 mortes que a polícia atribui a ele, acredita-se que Marcelo possa ter feito outras vítimas fora do estado.

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