Relato

Filho de Flordelis diz que pastor gostava de 'preservar a família'

Depoimento foi dado sob muita emoção

Anderson foi assassinato em 2019
Anderson foi assassinato em 2019 |  Foto: Reprodução
  

A segunda testemunha de acusação escutada no terceiro dia de julgamento de Flordelis é Daniel dos Santos de Souza, de 24 anos, registrado como filho da acusada e do pastor Anderson do Carmo.

Daniel preferiu prestar depoimento por videoconferência, alegando que, por motivos emocionais, não queria estar na presença dos acusados, o rapaz estava muito emocionado. Ele relatou como o pai era um homem que gostava de preservar os familiares, e como era sua relação com a ex-parlamentar.

“Ele preservava muito a nossa família, ele era bem preservador. Ele era muito apaixonado por ela [Flordelis], fazia de tudo por ela, e ele quem administrava tudo. Ele que tomava conta de tudo, mas ela também podia ter suas opiniões”, afirmou.

Daniel também contou que André, filho afetivo de Flordelis e quem também senta na cadeira de réu, estava muito nervoso naquela noite, e estranhou o comportamento do irmão.

“Ele estava bastante nervoso, com a mão na cabeça, gritando ‘não acredito’, tava muito diferente, porque o André sempre foi muito calmo”, relatou.

O jovem também recordou do momento em que Flávio, filho biológico da pastora e quem efetuou os disparos contra Anderson, confessou o crime para ele. 

“Ele confessou [Flávio], disse que muitas pessoas ficavam em cima dele, alimentando o lado ruim”, disse, acrescentando ainda que estavam acompanhados de um policial neste momento.

Lucas foi quem ligou para o Samu na noite do crime, muito nervoso e tentando reanimar o pai, mesmo sem pulso, ele passou o telefone para André, que também não conseguiu falar e passou o celular para Ramon.

O crime aconteceu em junho de 2019, na garagem da casa onde o pastor e Flordelis moravam com os filhos, no bairro Pendotiba, em Niterói, Região Metropolitana do Rio. 

Flordelis e Anderson afirmavam para todos que Daniel era filho biológico de ambos, mas segundo revelado pela delegada Bárbara Lomba em depoimento nesta segunda-feira 7), tudo não passava de uma farsa. A certidão de nascimento foi falsificada e a mãe biológica foi forçada a entregar a criança.

“Na verdade eu nunca tinha conhecido, nem imaginava que eu teria outra mãe, mas depois disso tudo eu conheci. Eu tenho contato, mas não com frequência”, disse o rapaz sobre o caso.

Daniel negou todas as acusações de abuso sexual por parte do pai, afirmando que ele ‘nunca fez isso’. Além disso, ele informou que após a morte da vítima, ele se mudou e mora com o irmão Misael, com sempre foi mais ‘agarrado’.

Daniel alegou que sabia das tentativas de envenenamento da família sobre o pai. E que isso ficou evidente após um episódio que ocorreu na casa.

“Tinha sim, pelo fato da própria Roberta falar, a Thayane. A Thayane disse que uma vez o Miguel foi pegar o iogurte para tomar, sendo que ela não deixou, ela mesma tomou e passou mal”, relembrou.

Flordelis afirmava que Anderson ia morrer

Mais cedo, a nora de Flordelis, Luana Vedovi Rangel Pimenta, esposa de Misael e testemunha de acusação, foi quem prestou depoimento. Ela afirmou que a ex-deputada costumava dizer que Anderson do Carmo ia morrer por estar 'atrapalhando a obra de Deus'. 

A mulher também acrescentou que Marzy, filha afetiva da pastora e quem também senta em uma das cadeiras de réu, era usada pela acusada, e que chegou a tentar alertá-la sobre isso. "A Marzy está presa porque quer, eu tentei ajudar", afirmou. 

Além disso, também foi alegado pela testemunha que Flordelis não se separava do pastor para não interferir na igreja que ela fundou, o 'Ministério Flordelis'.

"Ela dizia: 'Que sofra eu, mas que não sofra a obra [de Deus]', porque a igreja seria prejudicada, caso ela se divorciasse", disse.

O julgamento tem se perdurado por mais tempo que o previsto, levando em consideração que muitas das testemunhas de acusação estão depondo por horas seguidas. A previsão é de que dure até sábado (12), mas pode ultrapassar a data.

Até o momento já foram ouvidos os delegados Bárbara Lomba e Allan Duarte, Regiane Ramos, o inspetor Tiago Vaz e os filhos afetivos de Flordelis Alexsander Mendes e Wagner Pimenta, e a nora Luana Vedovi Rangel Pimenta.

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