Polícia

'Gatonet’ off e prejuízo de pelo menos R$ 500 mil em Niterói

Imagem ilustrativa da imagem 'Gatonet’ off e prejuízo de pelo menos R$ 500 mil em Niterói
Polícia realizou uma megaoperação em cinco comunidades de Niterói. Foto: Plantão Enfoco

Oito presos, vasto material utilizado pela narcomilícia apreendido e um prejuízo que supera a marca de R$ 500 mil por mês para um grupo criminoso, que funcionava em localidades de Niterói. A Polícia Civil, em conjunto com o Ministério Público (MP), desmanchou, nesta quinta-feira (25), uma quadrilha que fazia o fornecimento de sinal clandestino de TV a cabo e mantinha casas de exploração sexual. Grande parte da hierarquia do esquema de “narcomilícia” estava localizado na comunidade do Mic, na Ilha da Conceição, em Niterói.

De acordo com a Polícia Civil, os investigadores conseguiram chegar até as peças-chaves do esquema criminoso através de escutas telefônicas. Segundo o MP, o grupo criminoso se associou a uma empresa de telefonia, com sede no bairro Estácio, na Região Central do Rio, com o objetivo de obrigar os moradores das localidades controladas pelo bando a contratar o “gatonet”. Esse serviço criminoso tinha um faturamento de pelo menos R$ 500 mil.

Mais de 150 agentes participaram da operação desta quinta-feira (25), que atingiu cinco comunidades de Niterói. Entre os locais afetados pela ação, estavam o Morro do Mic, na Ilha da Conceição, Palácio, no Ingá, e Morro do Estado, no Centro de Niterói.

Oito pessoas foram presas acusadas de participação no esquema criminoso. Além disso, um vasto material foi apreendido. Entre eles, máquinas de cartão, computadores, dinheiro em espécie, uma camisa da Polícia Federal, e anotações do crime. Dois veículos, totalizando um valor de cerca de R$ 600 mil, foram apreendidos também durante a operação.

De acordo com a delegada Camila Pegorini, a sede da empresa de telefonia “contratada” pelo crime, no Estácio, foi alvo de busca e apreensão e precisou ser arrombada. No interior do estabelecimento, foram apreendidos materiais desviados de operadoras telefônicas.

"Foi um trabalho árduo de investigação. E através de escutas telefônicas, conseguimos encontrar provas concretas dessa atividade criminosa que atenditamos ter um lucro com o 'gatonet' superior a R$ 500 mil por mês. Um baita trabalho realizado pela Polícia Civil, em conjunto com o MP. Parabéns a todos", disse a delegada.

Organograma do esquema

Além de detalhar o esquema criminoso e suas atividades, a Polícia Civil divulgou informações sobre o organograma do tráfico existentes nas localidades em que o bando funcionava como narcomilícia.

De acordo com a polícia, no Morro da Ilha da Conceição a liderança é exercida pelo denunciado Carlos Vinícius Lirio da Silva, vulgo "Cabeça", tendo logo abaixo dele Flávio Simões Brasil, vulgo "Narigudo".

Já na Favela do Sabão, localizada nos bairros Centro e São Lourenço, era chefiada por Carlos Vinícius "Cabeça", tendo como gerente Ryan Nóbrega Jubim, vulgo "Do Flamengo".

No Morro do Estado, que se divide entre Centro e Ingá, a investigação apurou que o tráfico era dominado pela facção Terceiro Comando Puro (TCP), antes chefiado por Andrei Soares Maciel, vulgo "Coronel". Com a prisão dele, o denunciado Raphael Conceição de Souza, vulgo "Lutador", assumiu a chefia da comunidade, que passou a ser filiada à facção Comando Vermelho (CV).

O Morro do Palácio era liderado pelo denunciado Max Christian Fernandes Teixeira, vulgo "Negão", que foi expulso no momento em que outra facção ascendeu ao poder na comunidade. Com a mudança de domínio, são apontados como líderes Anderson Souza Leite, vulgo "Bozo", Igor Barboza Miranda, vulgo "Bozin", e Renato Santana de Almeida, vulgo "Renatinho".

Por fim, no Morro do Cavalão, em Icaraí, a denúncia lista como líder o denunciado Reinaldo Medeiros Ignácio, vulgo "Kadá", tendo abaixo dele o seu filho, o denunciado Reinaldo Medeiros Ignácio Júnior, vulgo "Reinaldinho".

< Profissionais de Educação Física marcam protesto em Niterói Visitas suspensas em penitenciárias federais <