Denúncia

Jogador acusa loja da Barra da Tijuca de cometer racismo; vídeo

Guilherme Quintino foi advertido por segurança no local

Atleta já defendeu a equipe do Botafogo
Atleta já defendeu a equipe do Botafogo |  Foto: Rede social
  

Um jogador de futebol acusa uma loja de roupas de racismo na Zona Oeste do Rio. Segundo Guilherme Quintino, de 20 anos, o caso aconteceu na loja da Zara, no Barra Shopping, na Barra da Tijuca. 

O atleta, que atualmente defende a equipe do Volta Redonda, diz que estava com a namorada no estabelecimento. Lá, eles chegaram a olhar algumas roupas, as colocaram em uma ecobag da própria loja para comprar, mas acabaram não levando nada, deixando a bolsa em uma arara.

Ao saírem eles foram abordados por um segurança. Guilherme narra que foi obrigado pelo vigilante a mostrar onde estava a ecobag com as peças que ele havia deixado. Toda a ação foi gravada pela namorada do rapaz. 

A namorada do jogador, que já atuou pelo Flamengo e Botafogo, pergunta ao segurança o motivo de ele ter pedido para Guilherme mostrar aonde estava a bolsa, já que ambos saíam da loja sem nenhum produto.

  

O segurança pega a bolsa e leva para uma das funcionárias da loja. Durante as imagens, Juliana continua indagando o motivo de terem pedido pra ele mostrar aonde estava a bolsa. Ela ainda fala: “vocês estão achando que roubamos alguma coisa ou é racismo?”.

O advogado de Guilherme, Djeff Amadeus, falou um pouco sobre o ocorrido. "O caso traz à tona um exemplo de racismo sistêmico dentro da empresa, uma vez que as testemunhas, várias delas, confirmaram os fatos relacionados ao racismo assim como também o deboche por parte de atendentes e caixas que estavam lá no fato, duvidando e debochando da situação. Inclusive, houve uma discussão muito ríspida entre as testemunhas e o caixa, uma vez que elas falaram que aquela situação não tinha nada de engraçado ou que fosse motivo para deboche. Então, diante dessa situação, entendemos que trata-se de um racismo sistêmico, que deve ser combatido não tentando culpabilizar o segurança, que agiu mediante ordens de pessoas que falam com ele ao telefone, ele não agiu por conta própria", disse ele.

A defesa do jogador afirmou que pediu a apreensão do celular do segurança para saber quem eram as pessoas que estavam falando com ele no momento do caso e o que estavam ordenando. "Pedimos também a apreensão das câmeras para que demonstrem todo o ocorrido e vamos trabalhar a hipótese de interdição do estabelecimento, uma vez que se trata de uma empresa sabidamente reincidente em relação a crimes raciais. O caso necessita de uma solução eficaz e a interdição é uma das questões que estamos trabalhando", concluiu Djeff. 

A delegada Rita Salim, da Delegacia de Crimes Raciais e Intolerância (Decradi), confirmou que o registro de ocorrência foi feito nesta segunda (20). “Nós encaminhamos para a Zara um ofício solicitando as imagens do dia do acontecimento dos fatos e pedindo também a relação dos funcionários que estavam no dia para eles serem identificados e intimados para depor. O Guilherme já deu depoimento e uma outra testemunha vem prestar declaração no Decradi. De acordo com Guilherme, por volta das 18h, ele colocou as coisas na sacola, desistiu de fazer as compras possivelmente, deixou a sacola dentro da loja e foi abordado posteriormente perguntando aonde ele tinha deixado a bolsa”, disse a delegada. 

A loja foi questionada a respeito do caso e informou que "está apurando o ocorrido. A abordagem relatada não é prática da companhia, bem como não reflete seu posicionamento e valores. A empresa reitera que não admite qualquer ato de discriminação."

Já o Barra Shopping, onde tudo ocorreu, informou que “lamenta o fato narrado e reforça que repudia qualquer tipo de discriminação. O empreendimento permanece à disposição das autoridades para colaborar com a apuração dos fatos."

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