Surreal

Jovem dá entrada em hospital para dar à luz e tem mão amputada

Vítima e família ainda buscam respostas para a amputação

Braço da vítima amputado após dar entrada no hospital para dar à luz
Braço da vítima amputado após dar entrada no hospital para dar à luz |  Foto: Reprodução/TV Globo
  

Uma mulher de 24 anos, que não quis ser identificada, deu entrada em um hospital para dar à luz e saiu do local com a mão e o punho esquerdo amputados. De acordo com a família e a advogada da vítima, elas ainda não sabem o real motivo da amputação. A Polícia Civil está investigando o caso.

A jovem estava grávida de 39 semanas e, no dia 9 de outubro do ano passado, ela se encaminhou para o Hospital da Mulher Intermédica de Jacarepaguá, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. Em entrevista à TV Globo, a paciente disse que busca uma resposta para o motivo que levou os médicos a realizarem esse procedimento.

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“Para mim, está sendo um recomeço. Porque eu estou me refazendo. Eu tive a minha mão por 24 anos. Fui apenas ganhar um bebê e voltar sem ela, para mim, foi um pouco estranho. Para qualquer pessoa”, disse a vítima.

Mesmo após todo esse mistério, o bebê nasceu de parto normal no dia seguinte em que ela deu entrada no hospital, pesando um pouco mais de 3 kg e saudável. No entanto a mãe sofreu uma hemorragia e, por conta de complicações, precisou receber remédios por meio de um acesso venoso no braço esquerdo.

Piora

Com o passar do tempo e o aumento de dores no local, a jovem contou que a sua mão esquerda começou a ficar roxa e inchada. Com o agravamento do caso, a mulher precisou para ir para um hospital da mesma rede, em São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio.

“A mão da minha filha estava ficando roxa e muito inchada. E aí perguntei o que iam fazer com aquilo. A única coisa que estavam fazendo é uma bolsa com gel, botava no micro-ondas, esquentava e dava para ela. E a minha filha reclamando que estava queimando”, afirmou Kelly Cristina dos Santos, mãe da jovem.

Porém, no dia 13 de outubro, a vítima e os familiares foram avisados de que ela teria que amputar a mão esquerda. Após isso, foram 17 dias internada até a liberação. 

“A porcentagem seria mínima dela sobreviver. Seriam 95% de não ter a mão, deles terem que amputar, e de 5% de reverter o caso. Mas, infelizmente, esses 95% venceram”, disse a mãe da paciente.

Eu perdi a oportunidade de ver meu filho nos primeiros dias. De amamentar. Meu peito ficou produzindo leite por três dias, mas é como se eu tivesse tido um aborto , lamentou a vítima
  

Ação na Justiça 

A advogada da jovem entrou com uma ação na Justiça contra a unidade de saúde e acredita que houve "uma sequência de erros" dos médicos.

“Isso foi uma sequência de erros que vão ser todos apurados, nas esferas: criminal, administrativo e cível. Vamos pedir as reparações que tem a responsabilidade civil: dano estético, dano moral e material. E vamos fazer um levantamento da parte da imprudência, negligência e imperícia, que é a parte criminal”, avaliou a advogada Monalisa Gagno.

Em nota à TV Globo, o Hospital da Mulher Intermédica de Jacarepaguá disse se solidarizar com a vítima e garantiu que vai apurar os procedimentos realizados durante a internação da paciente.

O caso foi registrado na 41ª DP (Tanque) como lesão corporal culposa. Os policiais do caso já ouviram as testemunhas e aguardam documentos médicos para ajudar nas investigações.

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