Tragédia

Médico morto no Rio era irmão de deputada federal do Psol

Sâmia Bomfim ainda não se pronunciou sobre o caso

Diego Bomfim era especialista em reconstrução óssea
Diego Bomfim era especialista em reconstrução óssea |  Foto: Redes Sociais
 

O médico Diego Ralf Bomfim, de 35 anos, executado na madrugada desta quinta-feira (5) na Barra da Tijuca, era irmão da deputada federal Sâmia Bomfim (Psol-SP). Até o momento, a deputada não se pronunciou sobre o incidente.

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Nas redes sociais, Diego Bomfim costumava compartilhar imagens que retratavam seu trabalho, viagens e momentos em família. Uma dessas imagens, na qual a deputada federal Sâmia Bonfim também estava presente ao lado de outros parentes, a legenda dizia: "Primeira foto de nós 8 juntos! Se me perguntarem o que é ter sorte, mostrarei essa foto".

Imagem ilustrativa da imagem Médico morto no Rio era irmão de deputada federal do Psol
|  Foto: Redes Sociais
  

Diego Bomfim era especialista em reconstrução óssea com formação pelo Instituto de Ortopedia e Traumatologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina. Ele prestava serviços na Rede D’Or, onde realizava procedimentos relacionados à reconstrução e alongamento ósseo, bem como cirurgias de pé e tornozelo.

Embora tenha sido socorrido após o ataque, Diego não resistiu aos ferimentos e morreu no Hospital Lourenço Jorge.

Amigos e colegas de trabalho do médico compartilharam mensagens de pesar em suas redes sociais durante a manhã desta quinta-feira (5). Um deles escreveu: "Meu irmão! Que tristeza! Não consigo acreditar! Tenho certeza que você está nos braços de Deus, meu irmão! Só tenho coisas boas para falar de você, sempre".

Outro amigo postou: "Meu Deus, que crueldade!!! Será que havia motivos para tanto? Descanse em paz. Força para os familiares e amigos".

PF vai acompanhar o caso

O Ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, informou que a Polícia Federal (PF) vai acompanhar as investigações do caso.

Em uma publicação em suas redes sociais, o ministro mencionou a "hipótese de relação com a atuação de dois parlamentares federais" e fez referência à deputada Sâmia Bonfim, que é namorada do também deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ).

Flávio Dino declarou: "Em face da hipótese de relação com a atuação de dois parlamentares federais, determinei à Polícia Federal que acompanhe as investigações sobre a execução de médicos no Rio. Após essas providências iniciais imediatas, analisaremos juridicamente o caso. Minha solidariedade à deputada Sâmia, ao deputado Glauber e familiares."

Além disso, o ministro informou que o secretário-executivo do Ministério da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Cappelli, se deslocará para o Rio para acompanhar a fase inicial da apuração. Durante sua estadia na cidade, Cappelli deve se reunir com as autoridades do estado e com a direção da Polícia Federal.

"Eu estou indo para a Bahia, reforçar ações lá. Reitero a minha solidariedade aos familiares de todas as vítimas", disse Dino.

O crime

Criminosos mataram a tiros três médicos ortopedistas, em um quiosque na Praia da Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio. Um quarto foi baleado. O crime ocorreu na madrugada desta quinta-feira (5).

Todas as vítimas eram de São Paulo e tinham vindo ao Rio para um congresso internacional de ortopedia, que começa nesta quinta. A Polícia Civil trabalha com a hipótese de execução, já que os pertences das vítimas não foram levados. 

O caso aconteceu em  um quiosque na Avenida Lúcio Costa, próximo ao Hotel Windsor, onde as vítimas estavam hospedadas para o 6º Congresso Internacional de Cirurgia Minimamente Invasiva do Pé e Tornozelo. Eles eram ortopedistas. Segundo testemunhas, os criminosos não falaram nada durante a ação.

As vítimas foram identificadas como:

  • Daniel Sonnewend Proença, 32 anos, que sobreviveu ao ataque inicial e foi levado para o Hospital Municipal Lourenço Jorge com pelo menos 3 ferimentos a bala, a unidade disse que ele está estável. Daniel vai ser transferido para um hospital particular.
  • Diego Ralf Bomfim, 35 anos, que morreu no Hospital Municipal Lourenço Jorge.
  • Marcos de Andrade Corsato, 62 anos: morreu no local do ataque. Ele completaria 63 anos na próxima semana e ocupava o cargo de diretor do Instituto de Ortopedia e Traumatologia do Hospital de Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP);
  • Perseu Ribeiro Almeida, 33 anos: celebrou o aniversário na terça-feira e também acabou morrendo na hora.

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