Uma das vítimas do professor de dança Leonardo Azevedo da Costa de 34 anos, acusado de filmar e vender imagens de alunas de academias em São Gonçalo e depois vendê-las em grupos de mensagens por aplicativo, resolveu falar sobre o caso e encorajar outras mulheres a denunciar o homem.
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A consultora Mychelle Sarlo disse que também foi constrangida com a prática. Ela teve pelo menos três aulas com Leonardo e que muitas colegas estão com medo e vergonha do que aconteceu.
"Estou me expondo para encorajar outras vítimas. Tive acesso aos vídeos e fiquei chocada e decepcionada. Ele era muito atencioso, fazíamos até festa surpresa pra ele. Eu acabo sendo culpada de estar denunciando. É triste. Muitas colegas estão com vergonha, sem sair de casa", relata.
Leonardo foi preso na última terça (17) por policiais da 74ª DP (Alcântara) que investigavam o caso. As vítimas dizem ainda que ele jogava um líquido branco com uma seringa nas nádegas das mulheres durante os exercícios enquanto as filmava. A conta na rede social do homem foi apagada.
Os casos não se restringiram dentro das academias. Vídeos também mostram o acusado na rua, seguindo mulheres que corriam durante atividades físicas e jogando o líquido branco.
Venda
As imagens eram negociadas por valores entre R$ 10 e R$ 50 em grupos de aplicativos de mensagens. Havia entre os membros, inclusive, estrangeiros. Leonardo dava aulas de dança nas academias, mas instruía alunas nos exercícios. Segundo as vítimas, ele não possuía registro no Conselho Regional de Eduação Física. Procurado, o órgão ainda não enviou resposta.
O acusado vai passar por audiência de custódia na tarde desta sexta (20), no presídio de Benfica, no Rio.
Na casa do acusado, um celular foi apreendido, no qual foram encontrados materiais de pornografia infantil, incluindo fotografias de uma menor de idade na academia. As filmagens eram realizadas por meio de uma microcâmera escondida em sua pochete.
Em 2013, o acusado já havia enfrentado acusações de "lesão corporal decorrente de violência doméstica" e se tornou réu no Juizado da Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher. Contudo, como a vítima não se manifestou, o caso foi arquivado.
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