Revolta

'Não foi troca de tiros', afirma familiar de idosa morta no Turano

Sepultamento de Severina da Silva Nunes foi neste sábado (17)

A idosa levou três tiros e morreu na última quinta-feira (15)
A idosa levou três tiros e morreu na última quinta-feira (15) |  Foto: Lucas Alvarenga
 

“Não foi troca de tiros não, eles deram três tiros nela. A gente está em um tanque de guerra no Brasil. Hoje era pra ela estar aqui, tínhamos planos de passar o dia todo mundo junto”, contou um familiar de Severina da Silva Nunes, de 63 anos, durante o enterro do corpo da idosa, neste sábado (17), no Cemitério São Francisco Xavier, no Caju, Zona Portuária do Rio. 

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Severina foi baleada na calçada tomando café em um bar, no Morro do Turano, no Rio Comprido, Zona Norte do Rio. Os familiares da idosa explicaram que os policiais já entraram na comunidade atirando e com isso, três balas atingiram a idosa, dentre elas, uma ficou alojada no pulmão. 

“Não estava tendo operação, não foi troca de tiros. A rua estava calma, por isso ela estava na rua. Ela tinha medo, pavor de estar na rua durante troca de tiros”, afirmou um familiar, que preferiu não se identificar. 

A idosa, que completaria 64 anos em agosto, deixou um filho, e muita saudade e revolta no coração de quem a amava. Os familiares da vítima esclareceram que estão buscando os meios judiciais para que Severina não seja apenas mais uma na estatística de violência do país. 

“Eu estou confiando na Justiça de Deus, porque eu sei que a do homem vai falhar. Você vê tanta Alice, João, Maria e agora Severina, tanta gente morrendo pela mão deles e o Governo não faz nada. Mas nós estamos reunindo todas as provas”, detalhou. 

Familiares e amigos próximos de Severina se despediram dela neste sábado (17)
Familiares e amigos próximos de Severina se despediram dela neste sábado (17) |  Foto: Lucas Alvarenga
  

A vida de Severina nunca foi fácil, mas a idosa levava alegria por onde passava. “Ela passou por muitas tristezas na vida, perdeu o marido, o filho caçula, a mãe e o pai. Mas onde ela chegava levava alegria, não tinha tristeza. Tomava sua cerveja, dançava e alegrava todo mundo”, detalhou uma pessoa próxima da família. 

A Polícia Militar instaurou um procedimento na Corregedoria Geral da corporação para apurar as circunstâncias da ação. Os agentes também tiveram as armas apreendidas para perícia.

De acordo com os policiais envolvidos na ocorrência, equipes da UPP Turano foram atacadas por criminosos armados durante policiamento na comunidade.

Após confronto, uma mulher ferida foi socorrida ao Hospital Souza Aguiar, porém não resistiu. A segunda mulher foi ferida por estilhaços. O comando da UPP Turano afirma que está prestando apoio às famílias.

De acordo com a Delegacia de Homicídios da Capital (DHC), responsável pelas investigações, os policiais da UPP envolvidos na ação foram ouvidos na especializada e diligências estão em andamento. 

O caso 

Severina da Silva Nunes, de 63 anos, foi morta após ser atingida por um tiro nesta quinta-feira (15), no Morro do Turano, no Rio Comprido, Zona Norte do Rio. A mulher estava na calçada tomando café em um bar quando foi baleada. Uma gestante também foi atingida por estilhaços. 

Severina chegou a ser socorrida e levada para o Hospital Sousa Aguiar, no Centro do Rio, mas não resistiu e morreu.

Os moradores alegam que os policiais militares entraram na comunidade atirando e assim atingiram a idosa. Após a fatalidade, os moradores da região fizeram um protesto com objetos que impediam a passagem pelas ruas do local. 

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