Metamorfose

Operação PF: advogados estão entre os presos que fraudaram INSS

A maioria dos 14 capturados na ação são mulheres

O delegado Renato Gentille explicou como agia o grupo criminoso
O delegado Renato Gentille explicou como agia o grupo criminoso |  Foto: Marcelo Tavares
 

Entre os 14 presos, em sua maioria mulheres, na Operação Metamorfose, realizada pela Polícia Federal na manhã desta terça-feira (25), dois eram advogados que fingiam ser procuradores de pessoas mortas ou até inexistentes para aplicar golpes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Os acusados abriam contas-correntes em instituições financeiras e resgatavam o dinheiro. Tudo isso utilizando assinaturas e documentos falsos. 

“Conseguimos efetuar a prisão de um advogado e uma advogada que colaboravam com o grupo criminoso da seguinte forma: a partir do momento em que era instruído o processo concessório a partir de documentos fraudulentos, como identidade, certidão de casamento e óbito, esses advogados se habilitavam do benefício como procuradores, representantes legais de pessoas inexistentes e, a partir daí, o benefício era concedido por um titular que não existia e, utilizando uma procuração com assinatura e documentos falsos, eles faziam requerimento no INSS, abriam contas-correntes em instituições financeiras e resgatavam o dinheiro ou faziam saques passando para outros representantes da quadrilha”, detalhou o delegado Renato Cupolillo Gentile. 

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Além dos presos, foram apreendidas quatro armas (três em situação irregular), documentos falsos, cartões magnéticos e celulares. A operação causou um prejuízo de R$ 8 milhões, mas que poderia ter chegado a R$ 12 milhões, já que esse valor já estava depositado na conta dos beneficiários fantasmas usados pelos criminosos. 

A operação, que ainda segue ao longo do dia, tem como objetivo de desarticular uma organização criminosa especializada em praticar fraudes em benefícios do INSS e falsificar documentos.

“Essas investigações tiveram origem no ano passado e retrasado. O custo efetivo do prejuízo apurado até o momento é de R$ 8 milhões prejudicando aposentados e pensionistas. A ação da PF, que contou com o apoio do Núcleo de Inteligência do Ministério da Previdência Social do Rio e da Centralizadora de Prevenção a Fraudes da Caixa, evitamos que o prejuízo alcançasse R$ 12 milhões. Ao todo, foram fraudados cerca de 50 benefícios utilizando documentação falsa em nome de pessoas fantasmas ou falecidas”, afirmou o delegado. 

Os benefícios reativados em nome de pessoas que morreram eram daqueles beneficiários que ganhavam mais de R$ 50 mil. 

As investigações tiveram início a partir de notícia-crime realizada pela Caixa Econômica Federal. A partir daí, o inquérito policial foi instaurado. Ao todo, 100 agentes federais cumprem 19 mandados de prisão preventiva e 18 mandados de busca e apreensão, expedidos pela 7ª Vara Federal Criminal do Rio. A investigação busca entender também se alguém de dentro do INSS pode estar auxiliando a organização criminosa. 

“Existe uma hierarquia nessa organização criminosa, ou seja, tem um grupo estruturado formado por mais quatro ou mais pessoas especializadas em praticar essas fraudes previdenciárias. Esse grupo criminoso afeta a fé pública e a credibilidade das instituições que emitem documentos”, disse ele. 

Entre os documentos falsos apreendidos, estão em nome de mulheres, pessoas fictícias, ostentando foto de pessoas reais. “Essas mulheres eram cooptadas pelo grupo criminoso mediante alguma vantagem indevida ou recebendo uma fatia do benefício obtido fraudulentamente e elas realizavam saques. Essa era a base da organização criminosa e, a partir daí, verificamos as transferências para os integrantes do mais alto nível da organização e conseguimos prender alguns”, completou Renato Gentile. 

A maior parte das prisões ocorreram em Sepetiba, Zona Oeste do Rio, mas outras aconteceram em Niterói, Nilópolis e Barros Filho.

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