Polícia

PM comandava milícia e recebia propina dentro de presídio em Niterói

Batalhão Especial Prisional (BEP) fica na Alameda São Boaventura, no Fonseca. Foto: Arquivo/ Alex Oliveira

Agentes do Ministério Público (MPRJ) descobriram, durante investigações, que o policial militar Márcio Lima da Cunha, conhecido como 'Zebu', preso desde 2018, comandava uma milícia atuante em Mesquita, na Baixada Fluminense, e recebia propina oriunda da atividade criminosa de dentro do Batalhão Especial Prisional, no Fonseca, Zona Norte de Niterói.

De acordo com as investigações, a responsável por levar o lucro da milícia para o chefão dentro do presídio era a esposa de Zebu. Ela, que foi presa durante uma operação conjunta da Polícia Civil e o Ministério Público, transportava o dinheiro durante os dias de visita do presídio. Além de levar o “salário” para o marido, ela é acusada também de fornecer informações privilegiadas sobre o esquema criminoso para Zebu.

Segundo o MP, o lucro era oriundo de cobrança de taxas dos motoristas das cooperativas de transporte que circulam em bairros como Jacutinga e Santo Elias, em Mesquita.

O MP descobriu, durante o período investigativo, que o grupo criminoso efetuava pagamento regular de propina a policiais militares, de forma que os integrantes das referidas cooperativas não sofressem qualquer tipo fiscalização pelos agentes da lei sobre a regularidade da atividade. Dois destes policiais não só recebiam a propina paga pelo grupo criminoso, como também o integravam, executando ordens emanadas diretamente dos líderes da quadrilha, com o intuito de garantir o domínio do grupo sob o território.

A operação

Onze pessoas, sendo cinco policiais militares, foram presos, nesta terça-feira (1º), durante uma operação conjunta da Polícia Civil, do Ministério Público e da Corregedoria da Polícia Militar. O objetivo de ação era desarticular uma quadrilha de milicianos que atuava em Mesquita, na Baixada Fluminense.

Além das prisões, foram cumpridos 22 mandados de busca e apreensão. Na operação, foram apreendidos R$ 4.300 em dinheiro das cobranças de taxas, folhas de recibo de pagamento de segurança privada, camisas com inscrições de segurança, um simulacro de arma de fogo, duas lunetas, sete rádios transmissores, munições, um esboço de projetos de loteamento e construção de residências, 19 celulares, documentos, pens drives, escrituras de promessas de cessão de direito, impressões de boletim de cadastros imobiliários, documentos pessoais, cadernos com anotações da quadrilha e um carnê.

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