Violência

PM morto carbonizado no Rio seguia para churrasco quando foi pego

Corpo de Marcelo Felix foi sepultado nesta terça (28)

Colegas de farda do policial estiveram no local para prestar as últimas homenagens ao militar
Colegas de farda do policial estiveram no local para prestar as últimas homenagens ao militar |  Foto: Marcelo Tavares
  

O corpo do sargento da Polícia Militar Marcelo Felix de Almeida, de 42 anos, morto carbonizado por criminosos na Baixada Fluminense, foi sepultado no final da manhã desta terça-feira (28) no Cemitério Jardim de Sulacap, em Sulacap, na Zona Oeste do Rio. Bastante emocionada, a mãe do militar chegou chorando e precisou de atendimento médico no final da despedida.

Marcelo chegou a trocar tiros com criminosos que o reconheceram como sendo policial após avistarem sua farda dentro do carro. No mesmo dia em que foi morto, ele estava seguindo para um churrasco de família. 

"Ele era um bom amigo, uma pessoa que tinha um bom astral, calmo. Era difícil perceber que era um policial militar pela forma que ele vivia. Ele era bem recebido em qualquer lugar que ele chegava", disse um primo que preferiu não se identificar.

Mãe do militar  foi amparada durante o sepultamento
Mãe do militar foi amparada durante o sepultamento |  Foto: Marcelo Tavares
  

Segundo a família, Marcelo era um amante das artes marciais, mas também gostava de andar de skate e de surf.

"Ele era faixa preta em jiu-jitsu, inclusive, tinha um projeto de jiu-jitsu nas UPPs, uma delas na cidade de Deus", disse o primo.

O sargento não era casado e morava com o irmão. Ele estava há cerca de 14 anos na Polícia Militar. O pai do policial também estava bastante abalado com a perda e preferiu não falar com a imprensa. Ele foi amparado por amigos e familiares.

Revolta

Rogéria Quaresma é representante do Movimento de Esposas de Policiais Militares do Rio de Janeiro. Ela falou da revolta que sente quando um policial é morto pela criminalidade do estado.

"A cada morte de policial eu me sinto revoltada, eu sinto que os meus heróis estão abandonados. Não é o primeiro Marcelo, temos outros casos. Cadê os movimentos, os nossos policiais negros podem morrer? A sociedade não se comove? O que será de nós sociedade se os nossos heróis estão morrendo. Se são eles que saem nas ruas para nos proteger estão morrendo, perdemos o nosso direito de ir e vir.

Segundo ela, os criminosos do Rio estão mais atualizados do que os próprios policiais. 

"A criminalidade está tomando conta do nosso Rio de Janeiro  e parece que ninguém tá vendo,  vivemos uma guerra civil no estado. Temos tiroteio à luz do dia, pessoas sendo assassinadas à luz do dia. As armas pesadas estão nas mãos  da criminalidade. Todo momento a criminalidade está mais atualizada", disse.

Rogéria carrega em seu carro uma pasta com um grande número de fotos de policiais que morreram no Rio. Ela também faz questão de participar de todos os enterros de policiais no estado.

Cartaz  

3º sargento, Marcelo Félix, de 42 anos, estava há 14 anos na corporação
3º sargento, Marcelo Félix, de 42 anos, estava há 14 anos na corporação |  Foto: Divulgação

O Disque-Denúncia divulgou nesta segunda-feira (27) um cartaz pedindo informações  dos acusados. O valor da recompensa é de R$ 5 mil. O sargento era lotado na Unidade de Polícia Pacificadora do Parque Proletário, na Penha, na Zona Norte do Rio.

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