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Seap afasta diretor e subdiretor de presídio em Niterói

Decisão foi após transferência do delegado Cipriano para Bangu 1

Cipriano fazia chamada de vídeo dentro da delegacia com a filha
Cipriano fazia chamada de vídeo dentro da delegacia com a filha |  Foto: Reprodução
 

A Secretaria de Administração Penitenciária (Seap) decidiu afastar o diretor e o subdiretor da Cadeia Pública Constantino Cokotós, em Niterói, Região Metropolitana do Rio. A decisão foi divulgada nesta terça-feira (20), e veio após a transferência do ex-delegado Marcos Cipriano de Oliveira Mello para Bangu 1.

Segundo a secretaria, quem vai ficar responsável pela unidade no momento será a Corregedoria da Administração Penitenciária, até que sejam apurados os fatos que levaram a saída de Cipriano para a unidade de segurança máxima.

A transferência foi determinada nesta segunda-feira (19) pelo juiz Bruno Monteiro Rulière, da 1ª Vara Especializada em Organização Criminosa. 

A medida foi tomada após o ex-delegado ter sido flagrado utilizando o celular para entrar em contato com a esposa, a também delegada Daniela dos Santos Rebelo Pinto. Cipriano é investigado por facilitar a vida ilegal do bicheiro Rogério Andrade e sua quadrilha. Ele está entre os presos da Operação Calígula, que investigava exploração ilegal de jogos de azar. 

"Parte dos novos elementos trazidos são oriundos do compartilhamento do resultado parcial da quebra de dados telemáticos daquela. Os elementos apontam que o réu Marcos Cipriano de Oliveira Mello vem fazendo uso indiscriminado e criminoso de aparelho de celular com conexão à internet dentro da unidade prisional", diz documento enviado à Rulière.

Tratamento especial

A ação ainda revela que Cipriano recebia privilégios dentro da cadeia, dentre eles visitas extraordinárias, no qual visitantes não credenciados tinham acessos ao empresário fingindo ser advogados.

Além disso, ele se comunicava com a filha através de vídeo chamada alegando que gostaria de 'provocar' matérias jornalísticas contra o Ministério Público e/ou Gaeco.

Ex-delegado

Figura conhecida no Estado do Rio, Cipriano foi indicado pelo aliado, o governador Cláudio Castro, em abril do ano passado, para receber salário de R$ 14,2 mil, no cargo de conselheiro da Agenersa, a agência reguladora dos serviços de água e esgoto do estado.  

A indicação foi aprovada na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) em agosto, considerando a especialidade em políticas públicas. Mas dois meses depois, os deputados Alexandre Freitas (sem partido) e Felipe Poubel (PSL), além do vereador do Rio Pedro Duarte (Novo) assinaram uma ação que pedia a anulação da nomeação.

Cipriano é investigado pela Corregedoria da Polícia Civil por uma ligação telefônica com Ronnie Lessa, apontado como o assassino da vereadora Marielle Franco.

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