Tristeza

'Sonho era conseguir emprego', a dor da família em enterro de vendedor

Viúva passou mal e precisou ser amparada por familiares

Durante o velório, os presentes cantaram o louvor 'Olharei para o alto', da cantora Midian Lima.
Durante o velório, os presentes cantaram o louvor 'Olharei para o alto', da cantora Midian Lima. |  Foto: Marcelo Tavares
 

Os sentimentos de tristeza e revolta marcaram o sepultamento do vendedor de bala Hyago dos Santos, de 22 anos, na tarde desta terça-feira (15), no Cemitério do Maruí, no Barreto, na zona norte de Niterói. O jovem morreu após ter sido baleado na tarde desta segunda-feira (14) ao era baleado por um polícia militar durante confusão na bilheteria das barcas no Centro de Niterói.

A viúva passou mal e precisou ser amparada por amigos e familiares que prestavam as últimas homenagens ao vendedor. Durante o velório, os presentes cantaram o louvor 'Olharei para o alto', da cantora Midian Lima.

Segundo familiares, Hyago perdeu a mãe em 2009, quando tinha 7 anos de idade e chegou a morar por um tempo na rua. Maior de idade, conheceu a esposa e decidiu trilhar novos caminhos. Os dois tiveram uma filha, de apenas 1 ano de idade, que com o lucro das vendas das balas, juntava dinheiro para fazer o aniversário dela que irá completar 2 anos na próxima sexta-feira (18).

"Ele estava super feliz com a filhinha dela, não estava fazendo nada de errado, estava trabalhando para levar o sustento pra casa. O sonho dele era conseguir um emprego de carteira assinada. É muito triste ver a vida dele tirada dessa maneira", contou Andresa Macedo, irmã de Hyago.

"Ele trabalhava ali há mais de dois anos. Querem penalizar ele por uma coisa do passado não é justo. Foi a vida de um cara novo, que foi ceifada. Ele era apaixonado pela filha dele. Quem devolve a vida desse pai para essa filha?", perguntou Esdras dos Santo, padrinho da filha de Hyago. 

Câmeras  

De acordo com o secretário de Direitos Humanos, Raphael Costa, as imagens apontaram que não houve tentativa de furto e que a pasta está acompanhando o caso em conjunto com a polícia. 

"As câmeras de segurança que chegaram para delegacia comprovaram que não houve tentativa de furto, é mais um ato cruel de violência por parte do policial. A secretária de direitos humanos acompanhou os depoimentos. Nós vamos continuar acompanhando as investigações para garantir que o inquérito seja levado a diante  que não haja nenhum caso de impunidade", disse o secretário. 

Prisão

A Divisão de Homicídios de Niterói e São Gonçalo (DHNSG) abriu inquérito para investigar o caso. O PM, lotado no 7° BPM (São Gonçalo), que atirou no jovem, foi ouvido na sede da especializada, e em seguida, ele que foi autuado por homicídio doloso por motivo fútil e levado para o presídio da Polícia Militar, no Fonseca.

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