Política

Chance de demissão de Moro provoca novo incêndio em Brasília

O ministro da Justiça Sérgio Moro estaria contrariado com uma possível substituição no comando da PF. Foto: José Cruz / EBC

A chance de uma possível demissão do ministro da Justiça Sérgio Moro provocou um verdadeiro ‘incêndio’ no Governo Federal e derrubou a bolsa de valores de São Paulo (Bovespa) na tarde desta quinta-feira (23), feriado de São Jorge. A informação surgiu a partir de uma substituição, a pedido do presidente Jair Bolsonaro, no comando da Polícia Federal, atualmente comandada por Maurício Valeixo, um dos principais aliados de Moro.

Segundo interlocutores do governo em Brasília, o ministro teria ficado contrariado com a decisão de Bolsonaro e se encontrou com o presidente pela manhã para tratar do assunto. Entretanto não há informação confirmada sobre a saída do ministro. Mesmo assim a possibilidade de uma demissão estremeceu a principal bolsa de valores do país, que despencou e fechou em baixa de 1% nesta quinta.  

Maurício Valeixo é conhecido como um dos principais aliados de Sérgio Moro desde Curitiba, quando o atual ministro ainda atuava como juiz federal. Popular durante o período de investigações da operação Lava Jato, Moro foi convidado pelo presidente Jair Bolsonaro para assumir o Ministério da Justiça e após aceitar recebeu autonomia para compor sua equipe, nomeando Valeixo para o comando da PF.

Entretanto, essa não é a primeira vez que Bolsonaro declara interessa em substituir o comando da Polícia Federal, desde o ano passado o presidente já vem manifestando interessa em mudanças na instituição, medida contrariada pelo ministro da Justiça.

Em seu perfil pelas redes sociais, o ministro ainda não comentou sobre a especulação envolvendo sua saída e valorizou o empenho da PF citando uma operação realizada em conjunto com a Controladoria Geral da União (CGU).  

Repercussão

Os relatos sobre um possível pedido de demissão por parte de Sérgio Moro geraram repercussão entre aliados e opositores do presidente.

O deputado federal bolsonarista Carlos Jordy rechaçou especulações sobre a saída de Moro e garante sua continuidade no governo. O parlamentar também responsabilizou a imprensa pela informação.

Já o ex-procurador da Lava Jato em São Paulo, o jurista Carlos Fernando dos Santos Lima, sinalizou para a saída do ministro também eu seu perfil pelas redes sociais.

Segundo o jurista, 'Moro deve sair. Bolsonaro não é correto, não tem palavra, deixou o ministro sem qualquer apoio no Congresso tanto nas medidas contra a corrupção quanto durante o episódio criminoso da Intercept, e nunca foi um real apoiador do combate à corrupção'.

publicada às 17h30

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