Escândalo

Deputados propõem CPI da Educação após saída de ministro

Exoneração de Milton Ribeiro repercutiu em Brasília

Ribeiro foi exonerado a pedido nesta segunda pelo presidente Jair Bolsonaro (PL).
Ribeiro foi exonerado a pedido nesta segunda pelo presidente Jair Bolsonaro (PL). |  Foto: Cleia Viana/Câmara dos Deputados
 

O pedido de exoneração do ministro da Educação Milton Ribeiro nesta segunda-feira (28) colocou Brasília em alerta sobre os desdobramentos do escândalo envolvendo a pasta. Deputados chegaram a cogitar uma instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o caso. A saída foi publicada em edição extraordinária do Diário Oficial da União.

 Jorge Solla (PT-BA) afirmou que trata-se de um escândalo de corrupção que merece ser investigada. 

“Milton Ribeiro cai pelo escândalo de corrupção na Educação. É criminoso, mas seguiu ordens de Bolsonaro para atender ilegalmente demandas dos pastores Gilmar Santos e Arilton Moura, que pediam propina até em barras de ouro”, afirmou.

Coordenador da Frente Parlamentar Mista da Educação, o deputado Professor Israel (PV-DF) também é favorável à CPI.

“Está na base do governo Bolsonaro enfraquecer as instituições e construir estruturas paralelas que acolham seus seguidores e deem espaços para seus esquemas. Foi assim na Saúde, com o Orçamento e, agora, na Educação”.

Repercussão

Pelas redes sociais, deputados comentaram a exoneração. Coordenador da Comissão Externa da Câmara para acompanhamento dos trabalhos do MEC, o deputado Felipe Rigoni (União-ES) disse que a queda de Milton Ribeiro é reflexo do abandono que a educação brasileira vem sofrendo.

“Em menos de 4 anos, teremos a terceira mudança no comando do MEC. Enquanto a educação não for prioridade, o futuro de muitos jovens será comprometido. Chega de politicagem!”, destacou.

Rigoni lembra que a comissão externa denunciou “inúmeros descasos” da pasta. “Mais do que isso, como coordenador da comissão, apresentei diversos boletins com sugestões, mostrando os problemas e apontando soluções. Infelizmente, nada foi feito”. Rigoni espera que o próximo nome indicado para a Educação seja técnico.

Relatora da comissão externa, a deputada Tabata Amaral (PSB-SP) disse que mais um ministro caiu “deixando um rastro de incompetência, corrupção e retrocessos no MEC”.

A líder do Psol, deputada Sâmia Bomfim (Psol-SP), defendeu que Milton Ribeiro responda por seus crimes. “É uma vitória para quem defende o Brasil e a educação pública. Ainda assim, sabemos que Bolsonaro sempre pode apresentar um nome ainda pior, temos que seguir a luta pela queda e enfraquecimento desse governo de criminosos”.

Coragem

O deputado Pr. Marco Feliciano (PL-SP) agradeceu o que considerou um “gesto de coragem” do ministro, “ainda que tardio”. Mais cedo Feliciano havia publicado um apelo para que Milton Ribeiro se licenciasse da pasta. “Por nós, evangélicos, que estamos sendo triturados. Pelo presidente Jair Bolsonaro, que em um ano tão importante, está sendo arrastado para essa história estranha”, publicou em suas redes sociais. Feliciano também desejou “força” para que Ribeiro enfrente processo na Justiça.

Fonte: Agência Câmara de Notícias

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