Política

Justiça diz que Crivella chefia organização criminosa

Para a Justiça do Rio o atual prefeito, Marcelo Crivella, chefia uma organização criminosa. Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

Para a Justiça do Rio o atual prefeito, Marcelo Crivella (Republicanos), chefia uma organização criminosa à frente da máquina pública do município. Por isso, o atual prefeito está afastado de suas funções públicas.

Crivella foi preso na manhã desta terça-feira (22) e levado para a delegacia fazendária, na cidade da polícia, por volta de 6h, para prestar depoimento. Até a publicação da reportagem, a ação já durava mais de quatro horas.

Segundo a decisão que fundamentou a prisão, como o atual prefeito não foi reeleito, ele perde a prerrogativa de foro do cargo.

A Justiça informou que as investigações contra o atual prefeito tiveram início mediante a instauração do acordo de colaboração premiada do doleiro Sérgio Mizrahy, preso preventivamente no âmbito da Operação “Câmbio, desligo”, deflagrada pela Força-Tarefa da Lava Jato no Rio de Janeiro em maio de 2018. A operação foi um desdobramento das Operações “Calicute” e “Eficiência”, que investigaram a prática de crimes de corrupção, lavagem de capitais, cartel e fraudes a licitações pela organização criminosa liderada pelo ex-governador do estado do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral.

No acordo, o doleiro apresentou diversas provas que revelaram ao Ministério Público do Rio a suposta existência de um esquema criminoso envolvendo membros da administração municipal, empresários, pessoas físicas e jurídicas que funcionavam como “laranjas”, além de operadores do esquema que, mesmo não fazendo parte da administração pública, faziam interferências nas tomadas de decisão, agilizando pagamentos e interferindo nos processos de licitação pública.

Rafael Alves, braço direito do atual prefeito e apontado como referência dos negócios e na intermediação dos pagamentos junto ao doleiro, também foi preso na operação desta terça (22).

Esquemas começaram em 2016

De acordo com os depoimentos prestados por Sérgio Mizhazy à Polícia Civil, a empreitada criminosa teria se intensificado em 2016, ainda durante a
campanha eleitoral do atual prefeito.

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