Eleições 2022

Lula lá: petista é eleito presidente do Brasil

Presidente retorna ao cargo após hiato de 12 anos

Lula governará o Brasil de 1º de janeiro 2023 a 31 de dezembro de 2026
Lula governará o Brasil de 1º de janeiro 2023 a 31 de dezembro de 2026 |  Foto: Ricardo Stuckert/Divulgação
 

Luiz Inácio Lula da Silva, do PT, foi eleito presidente da República neste domingo (30) ao derrotar em segundo turno o liberalista Jair Messias Bolsonaro (PL). Lula retorna ao cargo após hiato de 12 anos. Essa é a terceira vez que o petista assume a posição — algo inédito no pleito majoritário.

O novo vice-presidente é o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSB).

Com 99,74% das urnas apuradas, Lula teve 60.167.788 milhões de votos (50,89% dos válidos), e Bolsonaro, 58.074.390 milhões de votos (49,11%) até às 20h37 horas. Os dados são do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Esta é a nona eleição presidencial por meio do voto direto desde a redemocratização, no fim da década de 1980. Lula governará o Brasil de 1º de janeiro 2023 a 31 de dezembro de 2026.

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Programa de governo

O petista traz como primeiro compromisso a “restauração das condições de vida da imensa maioria da população brasileira”. Para isso, ele propõe políticas que atendam famílias atingidas pela crise econômica e pela fome.

O programa de governo apresenta ainda políticas específicas para diversos grupos, incluindo pessoas com deficiência, população LGBTQIA+, indígenas, quilombolas e população negra.

Além de ações afirmativas para os grupos, são propostas mudanças em relação à segurança pública, como o combate à violência policial e a redução do encarceramento.

O texto do programa de governo destaca ainda pontos sobre como retomar e ampliar o programa de transferência de renda Bolsa Família.

Também cita como prioridade revogar parte da legislação trabalhista atual para trazer mais proteção social aos trabalhadores, especialmente os que têm menos garantias, como autônomos e os que têm relações mediadas por aplicativos.

As propostas também enfatizam a necessidade de fortalecimento do papel do Estado na economia. O programa se coloca contra a privatização de instituições como Correios e Eletrobras e defende que os bancos públicos tenha seu papel ampliado.

A Petrobras, de acordo com o texto, deve ser orientada no sentido de garantir a segurança energética e investir em fontes renováveis.

O plano de governo traz ainda a necessidade de reforçar instrumentos de combate à corrupção e a transparência do governo, como o cumprimento estrito da Lei de Acesso à Informação.

Quem é Lula?

Luiz Inácio Lula da Silva, de 76 anos, nasceu em Garanhuns (PE) e iniciou sua trajetória política como sindicalista em 1966. Foi presidente da República por dois mandatos a partir de 2003, depois de ser eleito em 2002, em disputa no segundo turno das eleições com José Serra (PSDB).

Em 2006, Lula venceu Geraldo Alckmin (à época, do PSDB), atual candidato à Vice-Presidência, sendo reeleito ao cargo. A primeira vez que disputou a Presidência foi em 1989, sendo derrotado por Fernando Collor de Melo. Antes de ser eleito, tentou mais duas vezes, em 1994 e 1998, quando perdeu para Fernando Henrique Cardoso em ambas.

Em 2017, foi condenado a nove anos e seis meses de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro. Em 2018, teve a prisão decretada pelo então juiz Sergio Moro.

Em 2021, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin anulou as condenações, por entender que a 13ª Vara Federal em Curitiba não tinha competência legal para julgar as acusações, tornando Lula elegível, decisão confirmada em plenário pelo Supremo no mesmo ano.

O vice-presidente na atual chapa é o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSB). Nascido em Pindamonhangaba (SP), tem 68 anos, é médico e professor.

Um dos fundadores do PSDB, Alckmin foi governador de São Paulo em duas ocasiões: de 2001 a 2006 e de 2011 a 2018, comandando o governo paulista por mais tempo desde a redemocratização do Brasil. Atualmente é professor universitário no curso de medicina da Universidade Nove de Julho e membro da Academia de Medicina de São Paulo.

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