A senadora Simone Tebet, que disputou o cargo como presidente da República nas eleições deste ano pelo Movimento Democrático Brasileiro (MDB), anunciou na tarde desta quarta-feira (5) seu apoio ao candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no segundo turno. O pronunciamento acontece um dia após o apoio de Ciro Gomes e do PDT ao petista.
De acordo com Tebet, o Brasil foi abandonado nos últimos quatro anos "na fogueira do ódio e da desavença". A senadora reconheceu que já criticou Lula em episódios recentes, mas confia em seu governo contra o candidato Jair Bolsonaro (PL).
O que está em jogo é muito maior do que nós Simone Tebet, Senadora
"Não anularei o meu voto. Não votarei em branco. Não cabe a neutralidade. Ainda que mantenha as críticas que fiz ao Lula, depositarei nele o meu voto. Reconheço o seu compromisso com a democracia e com a constituição, o que desconheço do atual presidente", discursou.
Tebet e Lula se reuniram em um almoço nesta quarta-feira (5) e firmaram um acordo. Para o apoio da emedebista, será necessário cumprir propostas como: ajudar os municípios a zerar a fila de crianças de um a cinco anos para entrada em colégios, ensino técnico integral e um incentivo de R$ 5 mil para alunos que se formarem no ensino médio; zerar as filas de exames, consultas e cirurgias; sancionar uma lei que iguale salários entre mulheres e homens que tem curriculos semelhantes; e criar um ministério plural, todos com competências para exercer os seus cargos.
A decisão acontece depois do MDB liberar os seus diretórios a se posicionarem como quiserem. O partido, em posicionamento assinado pelo presidente da executiva nacional Baleia Rossi, afirmou que vai manter uma neutralidade em relação ao segundo turno.
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"Por ampla maioria, o MDB decidiu dar liberdade para que cada um se manifeste conforme sua consciência. Em qualquer cenário, o MDB deixa claro que cobrará do vencedor o respeito ao voto popular, ao processo eleitoral como um todo e, sobretudo, a defesa intransigente da Constituição de 1988 e do Estado Democrático de Direito", diz a nota.
NOTA OFICIAL pic.twitter.com/iWPGbwW1sX
— MDB Nacional (@MDB_Nacional) October 5, 2022
Com isso, o caminho para Tebet, terceira colocada nas eleições deste ano, declarar o seu voto fica livre. O apoio a Lula já era uma posição esperada porque, durante a sua campanha, a senadora deixou claro que o alvo de críticas era o presidente Jair Bolsonaro (PL).
Um encontro nesta terça-feira (4) entre a emedebista e Geraldo Alckmin (PSB), vice de Lula e ex-governador de São Paulo, endossou o apoio ao petista. Rosângela da Silva, também conhecida como Janja, esposa do candidato do PT, também intermediou o contato entre Tebet e Lula, sobre um possível apoio.
Simone Tebet recebeu 4.915.423 dos votos válidos, o que corresponde a 4,16% dos eleitores, ficando na terceira colocação. Lula ficou em primeiro lugar, com 48,43% dos votos (57.259.504), seguido de Bolsonaro, com 43,20% (51.072.345).
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