Bicentenário da Independência

'Sabem quem é o STF', diz Bolsonaro no desfile em Brasília

Presidente participou dos festejos do feriado

Bolsonaro pouco antes do desfile das comemorações do Bicentenário da Independência, em Brasília
Bolsonaro pouco antes do desfile das comemorações do Bicentenário da Independência, em Brasília |  Foto: Rede social
  

O presidente Jair Bolsonaro (PL) participou do desfile cívico-militar sobre as comemorações do Bicentenário da Independência do Brasil, em Brasília, nesta quarta-feira (7). Ao lado da primeira dama, Michelle Bolsonaro, e de ministros, o presidente conferiu de perto as festividades que marcam a data. Apoiadores e aliados também estiveram presentes no evento que retorna após dois anos devido às restrições impostas pela pandemia. 

Em seu discurso, ainda em Brasília, o presidente voltou a atacar o STF e fez uma espécie de convocação aos milhares de apoiadores que compareceram às festividades para as eleições do mês que vem. 

"O nosso objetivo é a liberdade. A liberdade é essencial pra nossa vida. temos tudo pra sermos mais felizes. Atingiremos juntos o nosso objetivo. Vocês sabem o abismo que Brasill tinha há poucos anos atolado em corrupção. Veio a pandemia e lamentamos as mortes. Veio a economia e o 'fique em casa que a economia a gente vê depois'. Tivemos guerra. Eis que o Brasil ressurge com a economia pujante, com uma das gasolinas mais baratas do mundo. Com o Auxílio Brasil. Somos uma pátria que não quer a liberação das drogas, não admite a ideologia de gênero, que respeita as crianças nas salas de aula e que combate a corrupção pra valer. Nao é vitude, é obrigação de qualquer chefe do Executivo", disse em tom elevado. 

O presidente também exaltou a primeira dama, Michelle Bolsonaro, em um claro aceno às mulheres, depois de críticas sobre ataques ao gênero durante a campanha. Ele elogiou a mulher e em seguida a beijou. 

Houve ataques ainda ao STF e ao PT de Luiz Inácio Lula da Silva, principal oponente do presidente e que lidera nas pesquisas a corrida ao Planalto. 

"Sabemos que temos uma luta do bem contra o mal que destruiu o nosso país por 14 anos e querem voltar à cena do crime. Não voltarão. O povo sabe o que quer. A vonta do povo se fará presente no próxmo dia 2 de outubro. Podem ter certeza que jogaremos dentro das quatro linhas e vamos trazer todos aqueles que estão fora delas. Todos sabem quem é o Supremo Tribunal Federal", bradou Bolsonaro. 

Logo nas primeiras horas da manhã houve apresentação piromusical, com queima de fogos em verde e amarelo no Eixo Monumental, em Brasília. Foram cerca de sete minutos de explosões nas cores da bandeira, que dançavam ao som do Hino da Independência. 

Festejos

Em Brasília, o desfile na Esplanada dos Ministérios teve início por volta das 9h. A programação incluiu apresentações das Forças Armadas, das polícias Militar e Rodoviária Federal, do Corpo de Bombeiros, além da participação dos estudantes dos colégios militares e das escolas públicas do Distrito Federal.

Também participaram do desfile integrantes do Grupamento de Veteranos da 2ª Guerra Mundial, os chamados pracinhas, ex-combatentes da Força Expedicionária Brasileira (FEB). Além deles, o público poderá ver tropas de fuzileiros navais, cadetes da Academia Militar das Agulhas Negras, representantes de Tropas Especiais da Força Terrestre e cadetes da Academia da Força Aérea (AFA).

Durante o desfile, paraquedistas militares saltaram no céu de Brasília e entregaram a Bandeira Nacional ao presidente da República. A Marinha do Brasil participa do desfile aéreo com as aeronaves VF-1, recém-modernizadas. A famosa Esquadrilha da Fumaça também fez uma apresentação ao público.

O Exército Brasileiro foi com quatro modelos de helicóptero, enquanto a Força Aérea Brasileira apresentará formações com aeronaves de caça, transporte, reconhecimento e busca e salvamento, com exemplares das mais novas aquisições, além de aviões de instrução da AFA.

O tom de convite a apoiadores e políticos aliados da campanha do presidente vem surgindo desde o lançamento da campanha, em julho deste ano, no Rio. Empresários citados na investigação do STF sobre tons considerados golpistas em grupos de whatsapps também foram convocados pelo presidente para o evento. 

Evento no Rio

A data foi tida como primordial pela equipe de campanha do presidente em uma tentativa de convocar aliados e o eleitorado mais fiel para uma espécie de ultimato antes das eleições. Bolsonaro chegou a se referir ao ato como ‘uma última vez’. Também há preocupações sobre as recentes críticas a ministros do STF, entre Alexandre de Moraes, atual presidente do TSE e relator do processo sobre fake news que envolve o presidente. 

Em seguida, Bolsonaro vai ao Rio para um ato em Copacabana, quando deve discursar a apoiadores sobre o processo eleitoral, em um palanque montado em frente ao Forte de Copacabana. Antes, deve se juntar a correligionários, em uma motociata que sai do Aterro do Flamengo no início da tarde desta quarta (7). 

Este ano não houve o tradicional desfile militar na Presidente Vargas, no centro. O local foi modificado, a pedido do Comando Militar do Leste (CML), para a Zona Sul. 

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