Desde o início de junho, os ônibus que circulam em São Gonçalo passaram a contar com a presença de policiais militares. Os PMs atuam em duplas no chamado Patrulhamento Transportado em Ônibus Urbano (PTOU).
Segundo a polícia, a iniciativa teve início após os registros de assalto a ônibus dispararem na cidade. Nesta terça-feira (25), por exemplo, uma passageira chegou a ser baleada no interior de um ônibus em uma tentativa de assalto no bairro Pacheco.
De janeiro a maio ocorreram 1065 assaltos em ônibus na área do 7º Batalhão de Polícia Militar, que monitora São Gonçalo. Segundo o Instituto de Segurança Pública (ISP), o dado representa um aumento de 32,4% em relação ao mesmo período em 2018.
O batalhão informou que a prioridade tem sido o eixo central da cidade, nos ônibus que passam pela Avenida Presidente Kennedy e Nilo Peçanha, mas pode variar conforme a mancha criminal. O efetivo, atualmente três equipes, atua principalmente no período noturno, a partir das 17h.
"O PTOU é uma resposta a esse aumento. Com essa e outras medidas de policiamento ostensivo, já registramos redução nos índices de roubos em coletivos", afirmou Ronaldo Martins Gomes, comandante do 7º Batalhão.
Um levantamento parcial do mês fornece uma dimensão da redução: entre os dias 1º e 25 de junho deste ano, ocorreram 76 assaltos, contra 115 no mesmo período do ano passado. Os dados indicam uma redução de cerca de 34%.
"Com a ação, conseguimos notar nos roubos em ônibus a mesma tendência de redução notadas nos índices de assaltos a transeuntes, veículos, residências e estabelecimentos comerciais", complementou o comandante.
Para Rubens dos Santos Oliveira, presidente do Sindicato dos Trabalhadores dos Transportes Rodoviários de Passageiros de Niterói a Arraial do Cabo (Sintronac), a medida pode ter impacto positivo.
“Enviamos diversos ofícios tentando assegurar o policiamento em bairros onde os motoristas se sentem ameaçados, especialmente Jardim Catarina e Boaçu. Acreditamos que essa ação, em conjunto com os trabalhos de inteligência para localizar as quadrilhas de assaltantes, pode ajudar a reverter esse quadro de criminalidade ” afirmou Oliveira.
Na avaliação de Márcio Coelho Barbosa, presidente executivo do Sindicato das Empresas de Transportes Rodoviários do Estado do Rio de Janeiro (Setrerj), a medida pode conter a perda de clientes do sistema rodoviário. “A cooperação com o 7º Batalhão é muito positiva, pois ações como essa transmitem segurança ao passageiro”.
A Setrerj mantém um sistema interno de registro de sinistros que atingem a frota na região metropolitano, e notou maior incidência de crimes nas vias internas de SG. “Para além do impacto econômico, isso causa um profundo impacto na saúde do trabalhador, pois quando o motorista sofre um incidente do tipo, é afastado para tratamento” complementou Barbosa.
Estado
A rotina de assaltos a ônibus atinge todo o Rio de Janeiro. Apenas no mês de maio, passaram de 1,6 mil os registros de assaltos a coletivos no estado, um dos maiores picos mensais dos últimos dez anos.
Segundo o 7º Batalhão, a medida pode ser implementada em toda a área da 4ª Companhia, que abrange os batalhões de Niterói, Itaboraí e Região dos Lagos.
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