Política

Câmara de Maricá terá vereadora após 16 anos

Andrea Cunha (PT) atuará como vereadora em Maricá. Foto: Arquivo Pessoal

Após a saída de sete vereadores para compor o secretariado na Prefeitura de Maricá, o Legislativo vai contar com uma presença feminina. A petista Andrea Cunha, que estava como terceira suplente.

Segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), somente há 20 anos Maricá elegeu uma mulher para vereadora, no pleito de 2000. Após o término do mandato em 2004, a posição feminina na Casa Legislativa ainda não havia se repetido.

Andrea Cunha, que vai assumir a vereância, foi a mulher mais bem votada nas eleições de novembro. Ela obteve 860 votos no município que tem a maioria do eleitorado feminino.

Andrea também já havia disputado as eleições em 2016 e, na ocasião, obteve 910 votos.

A vereadora, que é uma das fundadoras do Partido dos Trabalhadores em Maricá, ao lado de Washington Quaquá e do prefeito Fabiano Horta, agradeceu a oportunidade ao chefe do Executivo.

"É um governo que luta por todos, então a nossa expectativa é a melhor possível. Com a minha entrada no Legislativo, teremos uma diversidade, que também contará com dois jovens, entre eles um negro. Temos que dar oportunidade a todos", pontuou.

Andrea, que foi secretária de Cultura em toda a primeira gestão de Fabiano Horta, disse que vai levar para a Câmara sua experiência como secretária.

"Deixamos um legado na secretaria que terá continuidade na nova gestão. Mas vale destacar que como vereadora o mandato vai representar não só as mulheres de Maricá, mas também a diversidade, a cultura, educação e também um olhar pelas minorias como um todo", prometeu.

A vereadora disse que fará uma gestão participativa e já antecipou que pretende lançar um aplicativo para facilitar o diálogo com a população.

"Será o 'Nossa Vereadora' que vai ouvir a sociedade para melhor entender sobre as necessidades da população. Além de ser uma vereadora presente nos bairros para conversar com associações de moradores, movimentos sociais, entre outros", afirmou.

Andrea também comentou o fato de nenhuma mulher ter sido eleita há 20 anos na cidade.

"Desde o final da década de 90, não se tem mulher na Câmara. Temos um governo progressista, que trabalha em todas as frentes. No entanto, a população tem a tradição de eleger apenas homens, ou seja, não é o PT que não quer as mulheres no cargo", destacou.

Marcus Ianoni, professor associado do Departamento de Ciência Política da Universidade Federal Fluminense (UFF), disse que a posse de uma vereadora é um acontecimento positivo.

"Isso pode incentivar que mais mulheres concorram a vereadora, prefeita e vice-prefeita nas próximas eleições municipais. Devemos levar em consideração que as política de cotas de gênero implicou em aumentar o número de candidatas na disputa eleitoral de 2020 em todo o Brasil, em comparação com as eleições de 2016", pontuou.

Ainda segundo o especialista, o resultado alcançado em Maricá, apesar de positivo, ainda é insuficiente para espelhar a realidade do eleitorado local, que é majoritariamente feminino, ao passo que a representação das mulheres resultante da última eleição é a menor possível.

"O machismo está presente também na política e a mudança dessa situação depende, em primeiro lugar, das próprias mulheres, da luta das mulheres. Por outro lado, os partidos políticos progressistas, entre eles os de esquerda, deveriam ocupar um papel destacado no incentivo à participação das mulheres. Os recursos financeiros para as campanhas eleitorais precisam chegar nas mãos das candidatas também, pois, sem financiamento eleitoral adequado, a chance de ser eleito diminui", destacou.

Suplentes que vão assumir

O primeiro suplente Robgol (PT), vai assumir a cadeira, após o vereador eleito, Helter Ferreira (PT) que ficará na pasta (Cidade Sustentável). O segundo suplente, Marcos Ribeiro (PT) não assumiu porque foi convidado para a Secretaria de Comunicações, Ciência e Tecnologia. Jorge Castor, quem também foi reeleito, reassume a Assistência Social.

Ronny Peterson e Frank Corrêa ambos do MBD, assumem as vagas depois que vereadores eleitos do partido foram para secretarias. São eles, André Casquinha na Secretaria de Transportes e Filipe Bittencourt para a pasta de Esporte e Lazer. Marcinho da Construção que era primeiro suplente, vai assumir a Secretaria de Trânsito e Engenharia Viária.

No PDT, Marquinho da Juventude toma posse depois que o vereador eleito Júlio Carolino voltou para a Secretaria de Agricultura, Pecuária e Pesca.

No PSD, Filipe Auni, que não havia conseguido se reeleger e estava como primeiro suplente, assume a vaga, após Robson Dutra ir para a Secretaria de Turismo.

No Avante, com a ida do vereador eleito, Adelson Pereira para a Secretaria de Iluminação Pública, quem assume a vaga é Cemar.

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