Política

Segundo turno começa com ataques em São Gonçalo

Candidatos se enfrentam nas urnas novamente no dia 29. Fotos: Pedro Conforte

Após a eleição que definiu os nomes de Dimas Gadelha (PT) e Capitão Nelson (Avante) para disputar o segundo turno em São Gonçalo teve início com o retorno dos candidatos às ruas da cidade em busca de votos. Os outros sete adversários ainda não declaram apoio a nenhum dos dois candidatos, que já definem suas estratégias para os próximos dias.

O primeiro colocado no pleito foi o médico sanitarista, que garantiu 31,36% dos votos válidos (117.346). Ainda no primeiro turno, Gadelha já contava com o apoio de prefeitos eleitos das cidades vizinhas, como Fabiano Horta (PT) e Rodrigo Neves (PDT). Levantando a bandeira petista, duelou votos com outros dois candidatos de esquerda na cidade, Isaac Ricalde (PCdoB) e Dayse Oliveira (PSTU).

Para o candidato, chegar ao segundo turno tendo uma votação expressiva é uma demonstração de aceitação do projeto político. Sobre a possibilidade de firmar novas coligações e aceitar apoios de outras legendas, Dimas Gadelha afirmou que ainda não tem definições neste sentido.

"A esperança, a renovação, a transformação que propomos são a base desse projeto. Vamos mudar São Gonçalo e garantir desenvolvimento, geração de emprego e renda, moeda social, entre outras. As urnas demonstraram a vontade popular. Agora a gente tem a oportunidade de mostrar ainda mais a nossa capacidade de propor ideias e se realizar projetos. Éramos nove em disputa, agora apenas dois e a população é quem vai decidir o que quer para os próximos quatro anos"

O petista se mostrou otimista para o próximo pleito — previsto para acontecer no dia 29 de novembro — e confiante na força das propostas que pretende implementar em São Gonçalo.

"A melhor proposta é a nossa, da nossa coligação. Temos compromisso real com a cidade. Caminhamos esses 45 dias de campanha percorrendo os bairros do município para apresentar nossas propostas e fomos muito bem recebidos pela população gonçalense que nos deu uma votação expressiva. Tenho que agradecer por isso e garantir que vamos honrar cada voto e buscar mais apoio do povo que se encheu de esperança de uma cidade realmente melhor, que pode se transformar e garantir sim qualidade de vida para todos", concluiu.

Já Capitão Nelson (Avante), segundo lugar na disputa em São Gonçalo, foi alçado ao embate final das eleições com uma diferença muito pequena do terceiro candidato, Dejorge Patrício (Republicanos). O policial militar formado garantiu a vice-liderança na votação com 22,82% dos votos válidos (85.399), contra 22,62% dados ao ex-deputado federal (84.664). A diferença entre os dois foi de menos de 800 votos.

Para o segundo turno, Nelson afirmou que está conversando com os partidos que disputaram a eleição e que pretende construir 'pontes de diálogo'. Segundo o candidato, é preciso unir forças para não deixar a cidade ser 'invadida pelo PT'.

"Temos que construir pontes de diálogo, sem o toma lá da cá que o PT está acostumado a fazer. Muitas lideranças até da esquerda percebem o que Dimas fez no passado como gestor e como político. Temos que trabalhar com empenho, pé no chão e não ficar prometendo soluções que só existem em cidades onde o dinheiro transborda nos cofres. Outra diferença grande é que não vou deixar a cidade ser invadida pela quadrilha do PT. Eu quero que os bandidos saiam da nossa cidade, não o contrário"

De acordo com o vereador licenciado, o segundo turno tem como principal função fazer o eleitor conhecer mais a fundo ambos os candidatos. Nelson diz que não tem medo das memórias do passado porque sua história já é conhecida. Segundo o prefeitável, neste embate final, a campanha será pautada na honestidade e sinceridade sem falsas promessas e ilusões.

"A população agora vai conhecer e descobrir que foi ele quem comandou a saúde de São Gonçalo no governo de Neilton Mulim, parte do governo Nanci e destruiu a saúde. Agora ele volta prometendo colocar ônibus de graça e colocar moeda social aqui como é feito em Maricá, né? Só para se ter uma ideia, Maricá recebeu 4,6 bilhões de royalties do petróleo nos últimos anos para uma população de 160 mil pessoas, enquanto nós em São Gonçalo recebemos somente 20 milhões ano passado para um população de mais de quase 1,2 milhões de pessoas. Isso tem nome: covardia", argumentou.

Silêncio

Procurado pela reportagem, Dejorge Patrício não respondeu às chamadas. Todavia, pelas redes sociais, o republicano afirmou que fará, às 17h desta quarta-feira (18), uma transmissão ao vivo para 'falar sobre o futuro'. O ex-deputado federal também agradeceu aos votos conquistados e lamentou a pouca diferença que o tirou do segundo turno das eleições.

"Nos últimos 6 anos visitei cada canto da minha amada cidade. Neste período, conversei com centenas de milhares de pessoas que, durante a campanha, retribuíram com abraços, carinho, confiança e um olhar de esperança. Foi por muito pouco", escreveu Dejorge, pelas redes sociais.

Quarto colocado na disputa, o atual vice-prefeito Ricardo Pericar (PSL), que obteve 9,23% dos votos válidos (34.536), se limitou a dizer que ainda não definiu o posicionamento para o segundo turno, porque ainda está resolvendo questões jurídicas.

O atual prefeito José Luiz Nanci (Cidadania) decidiu manter-se neutro no segundo turno das eleições e liberou correligionários para apoiarem os candidatos que disputam à prefeitura. Entretanto, o quinto colocado não quis comentar a derrota.

"Fizemos e continuaremos fazendo o melhor pela nossa cidade e, consequentemente, pela nossa população. Nos últimos três anos e meio trabalhamos com respeito, seriedade, transparência. Estamos deixando para a população um legado de projetos e programas concluídos. Deixaremos a casa arrumada para o próximo prefeito, a quem desejamos boa sorte", publicou Nanci, pelas redes sociais.

O bolsonarista, que trazia também a força da igreja evangélica, Roberto Sales (PSD) informou que nada foi definido pela legenda. Pelas redes sociais, o candidato, que ficou em sexto na disputa, agradeceu os eleitores pelos mais de 9 mil votos recebidos.

"Queria expressar minha gratidão à todos candidatos, lideranças, amigos e também pelo apoio da bancada de deputados bolsonaristas, todos que participaram diretamente ou indiretamente. Deus foi conosco nessa caminhada, saio das urnas com a missão cumprida (...) Aqui não teve voto comprado e sim ideológico", escreveu.

Os três últimos colocados na disputa, Isaac Ricalde (PCdoB), Rodrigo Piraciaba (PSB) e Dayse Oliveira (PSTU) também informaram que a decisão de apoiar ou não alguns dos dois candidatos no segundo turno será tomada pela esfera partidária, que ainda não tem uma definição.

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