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Deslizamento de rocha atinge lanchas em Capitólio, Minas Gerais

Publicada às 14h. Atualizada às 16h21.

As imagens mostram as pedras se soltando e caindo em direção às lanchas. Vídeo: Redes Sociais

Um vídeo, divulgado nas redes sociais no início da tarde deste sábado (8), mostra o momento exato em que uma pedra desliza e atinge três lanchas na região de Lago de Furnas, em Capitólio, na Região do Centro Oeste de Minas Gerais. O Corpo de Bombeiros de Minas Gerais, informou que há a confirmação de duas vítimas fatais do sexo masculino e 34 pessoas feridas.

Em entrevista para a Globo News, o porta-voz do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais, o Tenente Pedro Aihara, afirmou que o acidente ocorreu por volta das 11h.

"O local tem uma dificuldade muito grande em sinal de celular, e por isso o acionamento para os Bombeiros ainda demorou um tempo. No entanto, tão logo fomos acionados, cerca de 40 homens foram deslocados para lá, além dos reforços de militares das cidades de Passos e Piumhi, uma equipe especializada de mergulhadores e também a nossa aeronave completamente equipada para fazer a remoção aeromédico de casos mais graves", destacou.

Sobre o número oficial de feridos, o militar informou que o Corpo de Bombeiros ainda faz o cruzamento de informações, pois algumas vítimas foram resgatadas por lanchas que estavam próximas.

"As imagens divulgadas mostram que existiram pessoas que não foram diretamente atingidas pela rocha, mas foram lançadas pelo fluxo de água que foi gerado a partir da colisão entre rocha e massa de água. E essas pessoas que foram resgatadas antes da nossa chegada, foram conduzidas por meios próprios para hospitais da região", pontuou.

Segundo Aihara, das três embarcações atingidas, duas delas afundaram.

"Nós estamos com as nossa equipes de mergulhadores para fazer toda a vistoria desse local, e de uma maneira preliminar ainda não temos informações sobre possíveis desaparecidos", afirmou.

Aviso

Passageiros de outras lanchas avisaram sobre a queda de pedras antes do tragédia. Vídeo: Redes Sociais

Outros vídeos divulgados nas redes sociais, mostram passageiros de uma outra lancha pedindo para que as embarcações voltassem por conta do aumento no volume de águas. Logo depois as imagens mostram a rocha se desprendendo e atingindo as lanchas. È possível ouvir os gritos de desespero das pessoas que assistiram o acidente.

Um outro vídeo, mostra o momento em que duas crianças são entregue a parentes que estavam bastante abalados. O Governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Partido Novo), publicou em sua conta no Twitter uma nota pelo ocorrido.

"Sofremos hoje a dor de uma tragédia em nosso Estado, devido às fortes chuvas, que provocaram o desprendimento de um paredão de pedras no lago de Furnas, em Capitólio. O Governo de Minas está presente desde os primeiros momentos através da Defesa Civil e Corpo de Bombeiros", dizia a publicação.

Normas de segurança

O Pedro Aihara destacou que as normas de segurança no local são definidas pela Marinha do Brasil.

"Nós temos a estrutura de uma Delegacia da Capitania que tem jurisdição sobre o local e eles [Marinha] ficam fazendo a fiscalização, em relação à quantidade de ocupantes, da utilização de equipamentos obrigatórios, como por exemplo, os coletes salva vidas. Neste caso, a gente vê a importância da utilização dos coletes salva-vidas, em que várias pessoas foram lançadas pelo fluxo de água. E se não estivessem usando o equipamento, poderíamos ter vítimas mais graves", enfatizou.

A Marinha do divulgou uma nota informando que assim que tomou conhecimento do acidente, no fim da manhã deste sábado (8), deslocou, imediatamente, equipes de Busca e Salvamento (SAR) para o local. Confira a nota:

A DelFurnas deslocou, imediatamente, equipes de Busca e Salvamento (SAR) para o local,
integrantes da Operação Verão ora em andamento, a fim de prestar o apoio necessário às tripulações
envolvidas no acidente, no transporte de feridos para a Santa Casa de Capitólio, e no auxílio aos
outros órgãos atuando no local. Um inquérito será instaurado para apurar causas, circunstâncias do acidente/fato ocorrido

Marinha do Brasil

Rochas Sedimentares

O Tenente atentou que a região de Capitólio tem sua formação associada com rochas sedimentares.

"Essas rochas são mais suscetíveis a ação dos ventos e água. Estamos em um período chuvoso em Minas Gerais e o que pode acelerar a formação desse processo é a penetração da água nas estruturas rochosas, que acaba fazendo com que a rocha perca o que chamamos de coesão de resistência. O que ocasiona um tombamento como esse, que é quando uma grande bloco de rocha acaba se desconectando do maciço do qual ele faz parte. Infelizmente, por conta da caracaterística da região [cânios], isso já costuma acontecer. O local, que é um mirante em Capitólio, é bastante visitado por embarcações que geralmente param para fotos opu banhos, e tivemos essa infeliz coincidência", pontuou.

Ainda segundo Aihara, um outro ponto que agravou o acidente, foi a queda da trajetória da rocha.

"O bloco caiu em uma trajetória perpendicular, no entanto, geralmente quando a gente tem esse tipo de ruptura a rocha sai de uma forma fatiada, ou seja, ela escorre pela estrutura", explicou.

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