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Volta às aulas: tudo sobre o retorno em Niterói, SG e Maricá

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Aulas retornam na próxima segunda-feira, mas com diferentes formatos, dependendo da cidade. Foto: Divulgação

As aulas na rede municipal de Niterói, São Gonçalo e Maricá começam na próxima segunda-feira (7). Em São Gonçalo, com modelo híbrido, as turmas serão divididas: 50% um dia e outros 50% no outro dia, com horário reduzido.

O governo do Capitão Nelson (PL) considera, junto à Secretaria de Saúde, o retorno do ano letivo com 100% da capacidade de alunos, ou seja, inteiramente presencial — somente em março, com data ainda a ser definida. Já para a Educação de Jovens e Adultos (EJA), o primeiro semestre letivo retorna integralmente dia 7.

De acordo com o Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação do Rio, 'não é o momento ideal' para a decisão.

"Não achamos que seja o momento ideal para o 100% presencial, porém, entendemos que precisamos avançar com a vacinação, para que se tenha mais segurança em retornar. E, obviamente, que eles dêem todo o suporte, para que os protocolos de segurança aconteçam e não fiquem só no papel"

Maria do Nascimento, coordenadora geral do Sepe SG

Maricá

Volta as aulas em Maricá, escola, Maricá
Sistema escalonado iniciará com alunos do 9º ano do ensino fundamental no dia 7. Foto: Karina Cruz

A volta às aulas em Maricá também está prevista para começar na próxima segunda-feira (7), mas em sistema escalonado do ensino fundamental ao berçário.

Etapas

Os 28 mil alunos matriculados na rede municipal voltarão em etapas até o dia 18 de março, quando terão aulas 100% presenciais.

O sistema escalonado iniciará com alunos do 9º ano do ensino fundamental no dia 7, seguindo do 8º ano e anos finais da EJA no dia 9; alunos do 7º ano no dia 11; 6º ano e EJA (anos iniciais) no dia 15; 5º ano no dia 17; 4º ano no dia 21; e 3º ano no dia 23.

A partir de março, a turma do 2º ano voltará no dia 7; 1º ano no dia 9; a Pré-Escola no dia 11; Maternal no dia 15; e Berçário no dia 18, concluindo o retorno completo dos alunos da rede municipal de ensino de Maricá.

A secretária de Educação, Adriana Luiza da Costa, destaca que pais e responsáveis também devem reforçar as orientações contra o contágio de Covid-19 aos alunos, visto que as medidas de prevenção seguem em vigor. Já na entrada do aluno, haverá aferição de temperatura, uso de álcool em gel e a obrigatoriedade do uso de máscara.

"Nossas escolas se preparam para oferecer um ambiente seguro aos alunos. Com o avanço da vacinação infantil no município e a permanência dos protocolos de segurança, as aulas serão retomadas de forma totalmente presencial"

Niterói

Volta aulas
Horário pleno, sem rodízio, deve ser realidade em março nas salas de aulas. Foto: Arquivo / Lucas Benevides

A mesma previsão de retorno às aulas presenciais também vale para Niterói.

Mas para alunos do 1º ao 9º ano do Ensino Fundamental já houve autorização para o retorno presencial, com rodízio diário ou semanal, de acordo com as especificidades de cada unidade, já no próximo dia 7.

Na mesma data, a Educação Infantil, então, retorna com crianças de 3 a 5 anos, mas com rodízio e em horário parcial, devido à necessidade de acolhimento e inserção das crianças ao convívio escolar.

A Educação de Jovens e Adultos retorna de maneira integral.

Só a partir do dia 7 de março, em Niterói, haverá o retorno para crianças de 0 a 2 anos. Na mesma data, todos os grupos da Educação Infantil e Ensino Fundamental já entrarão em horário pleno e sem rodízio, de forma presencial.

Insatisfação

O anúncio da datas não agradou todos os pais e responsáveis de Niterói. A justificativa é que está difícil trabalhar, enquanto as crianças estão no regime híbrido, durante o tempo de acolhimento e inserção.

"Precisamos que as crianças comecem a ter aula em tempo integral e a semana toda. Inviável estudar uma semana, sim, outra não. Impossível uma criança de 6 anos ter um bom aprendizado desta forma. Não dá para as aulas serem em grupo A e B"

Natasha Calixto, mãe de aluna matriculada na rede municipal de Niterói

Presidente da Comissão de Educação na Câmara de Niterói, o vereador Binho Guimarães (PDT), se reuniu na manhã desta quinta-feira (3) com responsáveis por alunos. No encontro ele prometeu encaminhar as demandas ao secretário de Educação, Vinícius Wu.

Entre as mães que participaram do encontro, Bianca Leal citou o andamento da vacinação contra a Covid-19 na cidade, como justificativa para garantir o retorno totalmente presencial das aulas.

"Pra que vacinar as crianças se elas não terão aulas normais? Se estão todos vacinados não faz sentido não voltar às aulas todos os dias. Mesmo que seja só agora em fevereiro [híbrido]"

Pelas redes sociais, moradores de Niterói também se manifestaram sobre a medida, como foi o caso de Mariana Fontes, que alertou para a decisão, comparando aos estabelecimentos cheios na cidade.

"Bares e restaurantes, ok? A Ômicron só está nas escolas? Detalhe: escolas públicas, porque nas particulares a Covid passa longe. Lastimável!"

Segurança

Em contrapartida, por exemplo, o Sepe Niterói chama atenção sobre a segurança sanitária das crianças e funcionários, e critica o retorno presencial. O sindicato defende o posicionamento com base na nota técnica da Fiocruz, sobre a importância da vacinação em crianças de 5 a 11 anos.

Segundo o Sepe, no documento são apresentados dados do Brasil e do mundo que indicam que não pode ser ignorada a contaminação em crianças e o impacto da Covid-19 na letalidade da faixa etária pediátrica.

No mesmo documento, segundo o sindicato, a Fiocruz alerta para a preocupação com a vida escolar das crianças e aponta como alternativa a imunização das crianças nesta faixa etária e a testagem periódica.

Por meio de nota, o Sepe Niterói informou ter encaminhado um ofício à Prefeitura de Niterói questionando as orientações às escolas, que teriam sido elaboradas sem encontros e reuniões para discutir e planejar o trabalho pedagógico.

A direção do Sepe Niterói informou, ainda, que o documento cita que 'as informações que fundamentaram a decisão do governo, até o momento, apontam para um quadro já conhecido de maior transmissibilidade do vírus da Covid-19, mas, felizmente, com um não acompanhamento desse crescimento no número de casos graves e internações, seja entre adultos ou crianças'.

Procurado, o Sindicato das Escolas Particulares (SINEP-RJ) não informou como tem sido as orientações nas unidades privadas da cidade.

Estado

Mesmo com a explosão dos casos de Covid-19 causada pela disseminação da variante Ômicron, a maioria dos estados iniciou, ou vai começar, o ano letivo com aulas presenciais.

Nos estados em que o calendário está mantido com atividades nas escolas, serão adotados protocolos como uso obrigatório de máscara, disponibilização de álcool em gel, medição da temperatura dos estudantes e trabalhadores e distanciamento mínimo entre carteiras.

Contudo, alguns estados resolveram adiar o início das aulas em razão do crescimento dos casos de Covid-19 e da situação epidemiológica local. Foi a decisão tomada pelos governos do Amazonas e do Rio Grande do Norte.

A vacinação dos alunos é trabalhada na maioria da vezes como recomendação. Alguns estados, como São Paulo, Ceará, Amapá e Paraíba, vão exigir comprovação de conclusão do ciclo vacinal para a frequência às aulas.

Os critérios para exigência de comprovante de vacinação contra Covid-19 variam, o que inclui distintas faixas etárias, prazos (imediatos ou com tempo para regularização) e diferentes tipos de consequências (algumas são recomendações, enquanto outras não impedem a participação nas aulas).

Sudeste

Rio de Janeiro - O início do ano letivo na rede estadual está previsto para 7 de fevereiro e, 'até o presente momento será de forma presencial', informou a Secretaria de Estado de Educação.

Caso haja alguma orientação para suspender as atividades pedagógicas presenciais, a secretaria garante estar preparada para o ensino remoto e avisa que está seguindo todos os protocolos sanitários e orientações definidas pelas autoridades sanitárias. Não há orientação sobre exigência de comprovante vacinal no estado.

Minas Gerais - O calendário escolar prevê começo das aulas no próximo dia 7. O retorno será presencial, mas as aulas poderão ser suspensas por cinco dias, caso 30% da turma tenha diagnóstico laboratorial positivo para Covid-19. A determinação de escalonamento na entrada e saída foi revogada, mas mantiveram-se medidas básicas de proteção como uso de máscaras e higienização das mãos. A vacinação não é obrigatória, mas é 'incentivada' e será solicitado cartão de vacinação para propósitos informativos.

São Paulo - O início do ano letivo no estado de São Paulo aconteceu nesta quarta-feira (2). As aulas são presenciais, mas com respeito aos protocolos, oferecimento de álcool em gel, exigência de uso de máscaras, aferição de temperatura e higienização das mãos. Na rede estadual paulista o comprovante de vacinação é obrigatório. Aqueles que tiverem contraindicação devem apresentar atestado, e o responsável tem até 60 dias para regularizar a situação.

Espírito Santo - O retorno às aulas na rede pública estadual acontece nesta quinta-feira (3). De acordo com informação da Secretaria Estadual de Educação do Espírito Santo, o formato será presencial, sem exigência de comprovante de vacinação contra Covid-19.

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