Polícia

Suspeita de despejo de esgoto na Lagoa de Piratininga, em Niterói

Publicado às 13h19. Atualizado às 20h37.

Imagem ilustrativa da imagem Suspeita de despejo de esgoto na Lagoa de Piratininga, em Niterói
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As causas da mortandade ainda serão investigadas. Foto: Divulgação

Um grande número de peixes e crustáceos mortos foi um dos cenários encontrados por técnicos da Comissão de Defesa do Meio Ambiente da Alerj (CDMA) na Lagoa de Piratininga, na Região Oceânica de Niterói, nesta quarta-feira (5).

As causas da mortandade ainda serão investigadas, mas há indícios de que o problema tenha sido causado por falta de oxigenação na água, devido ao despejo ilegal de esgoto e acúmulo de lixo, entre outras irregularidades encontradas, informou a Comissão.

A equipe esteve em Piratininga atendendo a denúncias encaminhadas à CDMA pela população e pescadores da região. Chamou a atenção dos técnicos da Comissão a existência de um canal de esgoto in natura aberto no bairro do Cafubá e que deságua diretamente na Lagoa. Além disso, foram verificados diversos pontos de despejo irregular de lixo além e um aterro de taboal (espécie de vegetação aquática), que também prejudica o ecossistema local.

A partir do que foi verificado pelos técnicos, a CDMA irá produzir um relatório que será encaminhado ao Ministério Público Estadual,  Instituto Estadual do Ambiente (Inea) e Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Niterói.

"Em 2021, realizamos diversas vistorias nas Lagoas de Piratininga e Itaipu, e sempre constatamos irregularidades. Vamos continuar fazendo a nossa parte e cobrando providências das autoridades. Não é possível que uma cidade como Niterói permita que um patrimônio natural, como é o sistema lagunar da Região Oceânica, seja tratado dessa forma", afirma o deputado estadual Gustavo Schmidt, presidente da CDMA.

Outro aspecto observado pelo deputado é o fato de as obras do Parque Orla Piratininga, que acontecem na região do Complexo Lagunar, estarem, aparentemente, com o cronograma atrasado. Segundo informações contidas na placa de sinalização existente no local, a conclusão das obras estaria prevista para fevereiro deste ano.

"Basta visitar o local para perceber que não será possível concluir os trabalhos no tempo estabelecido. Também queremos explicações a respeito do iminente descumprimento desse prazo", finaliza Gustavo.

O Inea disse que 'a mortandade pode ter ocorrido devido a uma redução do oxigênio dissolvido na água ou descarte de peixes de baixo valor comercial'.

Por meio de nota, o órgão explicou que a temperatura elevada dos últimos dias, associada a baixa profundidade de algumas regiões do sistema lagunar, pode ter favorecido a redução do oxigênio no corpo d'água ocasionando a mortandade.

"O Inea irá realizar uma vistoria no local para verificar a causa mais provável dessa mortandade", disse.

Prefeitura de Niterói

A Prefeitura de Niterói informou que equipes da Companhia de Limpeza Urbana de Niterói (Clin) iniciaram a retirada dos peixes mortos na Lagoa de Piratininga. Até o final desta quinta-feira (6), foram 120 sacos de resíduos coletados no local. O trabalho continua nesta sexta-feira (7). De acordo com o órgão, as altas temperaturas e um processo de assoreamento por décadas contribuíram para a situação. O monitoramento da água da lagoa é realizado regularmente.

A Prefeitura ressaltou que vai iniciar a implantação de técnicas alternativas para reduzir a camada de lodo da Lagoa de Piratininga. O diagnóstico da qualidade do lodo já foi concluído e os equipamentos para a redução da camada serão implantados em janeiro.

A Secretaria Municipal de Meio Ambiente, em parceria com a concessionária Águas de Niterói, informou que intensificou a fiscalização das casas que não estão ligadas à rede de esgotamento sanitário, contribuindo para a diminuição do lançamento de efluentes sem tratamento nas lagoas. Mais de 2 mil imóveis da Região Oceânica tiveram sua ligação na rede de esgoto vistoriada pela Prefeitura em 2021.

Segundo o Executivo, a implantação do Parque Orla de Piratininga, que está com obras em andamento, é uma grande contribuição para a recuperação da Lagoa de Piratininga, com recuperação do ecossistema da região.

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