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Fusca táxi chama atenção pelas ruas da Zona Norte do Rio

Com ponto de domingo a domingo no Largo da Usina, na subida para o Alto da Boa Vista, Zona Norte do Rio, o veículo de destaca com sua aparência nostálgica em meio à modernidade que o ofício exige. Foto: Marcelo Tavares
Com ponto de domingo a domingo no Largo da Usina, na subida para o Alto da Boa Vista, Zona Norte do Rio, o veículo de destaca com sua aparência nostálgica em meio à modernidade que o ofício exige. Foto: Marcelo Tavares

Símbolo de charme, elegância e valentia, o fusca é um veículo amado pelos brasileiros. Paixão nacional, caiu no gosto popular e entre tantos espalhados pela cidade, um se destaca por ainda exercer uma função que foi tomada por carros bem mais novos: a de táxi.

Em junho, precisamente no dia 22, também é comemorado pelos aficionados no modelo o Dia Mundial do Fusca. Com ponto de domingo a domingo no Largo da Usina, na subida para o Alto da Boa Vista, Zona Norte do Rio, o veículo de destaca com sua aparência nostálgica em meio à modernidade que o ofício exige.

Ao volante está Marcos Cardoso, de 60 anos, conhecido como Quinho. Há 34 anos na função, ele diz que sempre trabalhou em um fusca e que não mantém o veículo nas ruas só por estética ou para chamar atenção, mas também pelo amor ao veículo. Com todos os detalhes originais de fábrica, Quinho conta que o segredo é o cuidado para manter o carro na ativa e sobrevivente ao tempo, e que tantos anos de ofício o fizeram ser o próprio mecânico. Apenas o banco do carona foi retirado para facilitar o acesso dos passageiros ao veículo e uma corda, amarrada à maçaneta da porta do passageiro, foi colocada para fechar sem sair do lugar.

"A manutenção eu mesmo faço, então não fica caro. O fusca é muito bom pra isso, porque aguenta o tranco das ruas e ainda tem muitas peças por aí que são baratas. Comprei este em 1995 depois de rodar em outro, mas sempre dirigi fusca e estou há 34 anos só aqui neste ponto. O banco a gente sempre tira pra ficar mais fácil, muita gente vem com bolsa e é melhor pra entrar pela falta da porta de trás"


No local, ainda existe outro modelo do veículo, que também faz ponto como táxi, de um primo de Quinho, mostrando que o gosto pelo veículo vem de família.

"Comprei meu primeiro fusca em 1969 do meu pai. Depois fui caixa de banco e larguei pra ser taxista. Criei uma filha, formada em medicina, tudo vindo dele", orgulha-se enquanto observa o fusca amarelo à espera de novos passageiros.

Alguns, ele garante, gostam e até tiram foto, além de motoristas da concorrência que já até está tornando o veículo famoso.

"Outro dia um rapaz estava de carro, parecia ser motorista de aplicativo, pediu pra fazer foto do carro. Eu disse que eu tiraria, mas ele queria que eu aparecesse também", brinca.

Apesar disso, "as vacas gordas de tempos atrás já não são mais as mesmas", garante Quinho. Segundo ele, por conta do avanço da tecnologia, os ganhos diminuíram, mas ainda garantem o sustento da família.

"Aqui antigamente eram 15 fuscas como táxi, agora está dureza. Atualmente, são dez táxis, mas só tem o meu e o do meu primo que são fuscas. E assim vamos levando", finaliza Quinho, enquanto se senta ao volante e liga o taxímetro para mais uma corrida com o fusca 1995.

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