Polícia

Músico que foi preso em Niterói tem primeira audiência: 'Sou inocente'

Publicada às 14h20. Em atualização.

Imagem ilustrativa da imagem Músico que foi preso em Niterói tem primeira audiência: 'Sou inocente'
|  Foto: Foto: Lucas Benevides
Luiz Carlos Justino, de 23 anos, pede por justiça. Foto: Lucas Benevides

A súplica por justiça e uma homenagem em forma de canção marcaram o início da audiência de instrução e julgamento do violoncelista Luiz Carlos Justino, na tarde desta quarta-feira (9), no Fórum Desembargador Éneas Marzano, no Centro de Niterói. Poucos minutos antes da sessão, músicos do projeto social Orquestra da Grota realizaram uma apresentação na frente do legislativo em homenagem a Luiz Carlos.

O músico se mostrou bastante emocionado e a espera de uma decisão positiva em seu favor. Ele afirmou que os últimos meses foram muito difíceis, visto a tensão pelo julgamento.

“Foi tudo muito difícil pra mim. Minha vida virou de cabeça pra baixo e fui acusado de algo que nunca fiz e nem é da minha índole. Agradeço muito a quem pediu pela minha soltura e tenho certeza que essa audiência é só o início do recomeço da minha vida”.

Luiz Carlos, violocenlista

A expectativa do advogado de defesa, Rafael Borges, é que o violoncelista seja absolvido ainda nesta quarta-feira.

“Baseado em todas as provas que apresentamos é impossível que ele não seja absolvido. Temos provas contundentes que ele é inocente e a justiça será feita. A forma com que ele foi reconhecido por um crime que ele não fez foi surreal”, disse o advogado.

Luiz Carlos foi preso em setembro de 2020, durante uma abordagem, depois de uma apresentação musical na Estação das Barcas. Na ocasião, foi constatado que havia um mandado de prisão contra ele por um assalto a mão armada, que teria acontecido em 2017, após ter sido reconhecido, através de uma fotografia que constava na Delegacia de Charitas (79ª DP).

Casado e pai de uma menina de 3 anos, Justino se apresentava como músico contratado em uma padaria em Piratininga, na Região Oceânica de Niterói, junto de outros dois colegas.

Diante do apelo de grande parte da população e de figuras políticas, o violoncelista foi solto depois de quatro dias enclausurado dentro de uma cela penitenciária. No alvará de soltura, o juiz André Nicolitt demonstrou perplexidade pela forma com quem foi feito o reconhecimento e a prisão.

“Por que um jovem negro, violoncelista, que nunca teve passagem pela polícia, inspiraria desconfiança para constar em um álbum?”, questionou o magistrado na época.

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